Canais de TV preparam suas homenagens a Elizabeth Taylor, a mítica estrela de Hollywood que morreu na quarta-feira, aos 79 anos. O TCM, da Turner, realiza neste sábado (26) seu tributo e oferece, a partir das 16 horas, uma série de seis filmes que deverão entrar pela madrugada.

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A série começa com "A Coragem de Lassie", de Fred Wilcox, quando Liz tinha 14 anos. Inclui dois de seus papeis mais fascinantes de atriz adulta, ambos adaptados de peças de Tennessee Williams - a Maggie de "Gata em Teto de Zinco Quente", de Richard Brooks, e a Catherine de "De Repente, no Último Verão", de Joseph L. Mankiewicz.

Mas a ênfase está na Liz dos anos 1940 e começo dos 50, em filmes como "Adoráveis Mulheres", de Mervyn LeRoy; "Ivanhoé", de Richard Thorpe; e "Minha Vida com Papai", de Michael Curtiz. Liz menina já era um assombro de beleza e, mesmo contracenando com a cachorra Lassie, já prendia o olho do espectador. Os destaques da programação, porém, são os filmes adaptados de Tennessee Williams. Para o espectador de hoje, pode ser uma informação inusitada a de que o código de censura da indústria proibia que casais, mesmo casados, compartilhassem a cama nos filmes. Com rudeza, Judith Anderson, que faz a sogra de Liz, bate no leito duplo e diz que é ali que as coisas têm de funcionar. Se não há ajuste na cama, o casamento desmorona.

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O código impediu, ou foi uma decisão consciente do diretor Brooks, um romântico de carteirinha, que ele fosse ao fundo do homossexualismo reprimido do personagem de Paul Newman. O marido vive falando do amigo que morreu. Maggie, a gata que arde de desejo, veste uma lingerie para tentar trazer Paul Newman para a cama. Uma peça tão íntima, e sensual - como Liz a porta -, não era frequente na época, mas virou. Liz usou lingerie de novo em "Disque Butterfield 8", que lhe deu o primeiro Oscar, em 1960.

"De Repente" é ainda mais complexo. O canibalismo vira metáfora para o homossexualismo e a personagem de Liz quase sofre lobotomia, exigida por Katharine Hepburn para impedir que ela revele o que sabe sobre a morte de seu primo, Sebastian. Toda tragédia passa pela palavra no cinema de Mankiewicz. Por extravagante que seja, seu filme é uma obra-prima. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.