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Asghar Farhadi, diretor do iraniano A Separação, recebe o troféu de melhor filme estrangeiro das mãos de Sandra Bullock: caráter político da escolha não tira o mérito da obra | Gary Hershorn/Reuters
Asghar Farhadi, diretor do iraniano A Separação, recebe o troféu de melhor filme estrangeiro das mãos de Sandra Bullock: caráter político da escolha não tira o mérito da obra| Foto: Gary Hershorn/Reuters

Paquistão denuncia ataques com ácido

A cineasta Sharmeen Obaid-Chinoy ganhou no último domingo o primeiro Oscar do cinema paquistanês com um documentário em que denuncia os ataques com ácido, um drama comum em seu país.

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O mudo que falou mais alto

O Artista foi o grande destaque da premiação, vencedor de cinco estatuetas, incluindo as de melhor filme e direção.

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Premiados

Confira a lista dos principais vencedores do Oscar 2012:

• Ator: Jean Dujardin – O Artista

• Atriz: Meryl Streep – A Dama de Ferro

• Ator Coadjuvante: Christopher Plummer – Toda Forma de Amor

• Atriz Coadjuvante: Octavia Spencer – Histórias Cruzadas

• Melhor Filme em Língua Estrangeira: A Separação – Irã

• Melhor Animação: Rango

• Documentário: Undefeated

• Melhor Roteiro Adaptado: Os Descendentes

• Melhor Roteiro Original: Meia-noite em Paris (Woody Allen)

• Fotografia: A Invenção de Hugo Cabret (Robert Richardson)

• Direção de Arte: A Invenção de Hugo Cabret

• Figurino: O Artista

• Maquiagem: A Dama de Ferro

• Edição: Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres

• Edição de Som: A Invenção de Hugo Cabret

• Mixagem de Som: A Invenção de Hugo Cabret

• Efeitos Visuais: A Invenção de Hugo Cabret

• Trilha Sonora Original: O Artista – Ludovic Bource

• Canção original: "Man or Muppet", de Os Muppets, música e letra de Bret McKenzie

• Curta-metragem: The Shore

• Documentário (Curta-metragem): Saving Face

• Curta-metragem de Animação: The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore

Interatividade

Qual a sua opinião sobre os prêmios distribuídos no Oscar 2012?

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  • Sergio Mendes, Carlinhos Brown e Carlos Saldanha, diretor de Rio:

A vitória de O Artista era esperada. O que não se esperava é que vencesse tão bem. Afinal, das cinco categorias consideradas principais (filme, direção, ator, atriz e roteiro), levou três. A de ator já era dada como perdida para George Clooney. Cogitava-se que a direção ficaria com Scorsese, de modo a equilibrar um pouco o resultado. Mas não. A vitória, assim, foi acachapante. A Invenção de Hugo Cabret ficou com um bom número de prêmios, mas todos no segmento técnico. Os troféus "artísticos" penderam todos para a produção franco-belga. O que torna essa edição do Oscar digna de entrar para a história. Menos pelo filme, em si, e mais pelo cosmopolitismo do resultado.

FOTOS: Veja as imagens da cerimônia do Oscar

» Live blogging: saiba como foi a premiação

Claro, a vitória da França é de importância inestimável, algo a ser valorizado. Basta pensar o que aconteceria por aqui se o Brasil vencesse, não o Oscar de melhor filme estrangeiro que perseguimos como ao Graal, mas o de melhor filme, pura e simplesmente. É possível que a França não tenha a mesma obsessão por reconhecimento, mas, ainda assim, não deixa de ser um marco, mesmo para eles.

Iraniano

Outro aspecto a ser valorizado é o prêmio ao iraniano A Separação. Há o aspecto político da coisa, que não deixou de ser contornado, com sutileza, no discurso do vencedor Asghar Farhardi, que chamou a atenção para o peso cultural do seu país, em geral ignorado diante da contingência internacional. Sem ser diretamente político, A Separação desvenda tamanha sutileza na apreensão de sentimentos contraditórios que só pode ser obra de uma cultura sofisticada.

Portanto, digna do nosso respeito e admiração. O fato de a Academia ter reconhecido a qualidade estética dessa obra apenas a valoriza como instituição. Mostra que sabe ir além dos seus limites, bastante devassados pela impiedosa reportagem do Los Angeles Times sobre a sua composição (94% são brancos, 77%, homens, mais da metade passou dos 60 anos).

Com tudo isso, essa Academia envelhecida, branca e masculina, em tese pouco porosa à novidade, soube reconhecer a qualidade de A Separação, que não era apenas o melhor concorrente estrangeiro do Oscar, mas, talvez, o melhor dos filmes que lá estavam em julgamento.

Audiência

Se Billy Crystal não empolgou pelas piadas, ao menos a festa contou com discursos emocionados, marcas históricas e artistas de várias nacionalidades, além de um cãozinho simpático e bem-comportado: Uggie, que subiu ao palco junto com o elenco e a equipe de O Artista para receber o principal prêmio da noite.

Medições iniciais apontam que houve um aumento de quatro pontos em relação ao ano passado na audiência americana da transmissão desta 84.ª edição do evento da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. No Brasil, a transmissão via tevê aberta, na Globo, deu dez pontos de audiência, que equivalem a 580 mil pessoas na Grande São Paulo. Foi um ponto a menos do que no ano passado.

Sem grandes bilheterias disputando as principais categorias, é verdade que a cerimônia tenha superado a de 2011 nos EUA, mas ficou abaixo das de 2010 e 2007, segundo o site The Hollywood Reporter. A audiência mais alta de um Oscar foi em 1998 (55,2 milhões de telespectadores), quando Titanic venceu em 11 categorias, igualando o recorde até então exclusivo de Ben-Hur (1959). Em 2011, com O Discurso do Rei, a audiência foi de 37,9 milhões de espectadores.

Música dos Muppets tira chance do Brasil

Na noite em que os grandes favoritos eram O Artista e A Invenção de Hugo Cabret, para nós, brasileiros, o prêmio que mais interessava era o de melhor canção original. Carlinhos Brown e Sergio Mendes eram a esperança de que, desta vez, traríamos para casa o primeiro Oscar da nossa história. Não foi dessa vez. O prêmio foi para "Man or Muppet", do filme Os Muppets, superando a canção "Real in Rio", da animação Rio.

Carlinhos Brown não se deixou abalar e twittou logo após a cerimônia: "Não foi dessa vez, mas valeu muito! É uma honra estar aqui representando o Brasil", declarou. "A vida nos oferece oportunidades e, a melhor, é a de se sentir amado pelo meu país..." Um pouco depois, completou: "É maravilhoso ser um indicado e, ainda por cima, vice. Valeu a todos pela torcida", escreveu Brown. "Foi uma honra dividir esse momento com Sérgio, Siedah [Garret, autora da letra em inglês da canção] e toda a equipe do Rio e dos Muppets."

"Man or Muppet", a música vencedora de Bret McKenzie, aborda uma angústia existencial sofrida pelo protagonista humano e seu colega fantoche – Walter – por não saberem se são humanos ou fantoches. A estatueta foi entregue pelos atores e comediantes Will Ferrell e Zach Galifianakis.

Trilha sonora

O Artista levou a sua segunda estatueta da noite ao vencer o Oscar de melhor trilha sonora original. Ludovic Bource, autor da trilha, subiu ao palco para receber o prêmio. As Aventuras de Tintim e Cavalo de Guerra, de John Williams, A Invenção de Hugo Cabret, de Howard Shore, e O Espião Que Sabia Demais, de Alberto Iglesias também concorreram na categoria, que foi apresentada por Penélope Cruz e Owen Wilson.

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