Neguette foi um guerreiro e quis continuar em campo mesmo machucado, mas técnico Lori Sandri não deixou| Foto: Antônio Costa / Gazeta do Povo

O tenor italiano Luciano Pavarotti, que morreu na madrugada de quinta-feira (6), aos 71 anos, recebeu uma primeira homenagem de milhares de cidadãos que foram ao seu velório, realizado na catedral de sua cidade natal, Modena, onde seu corpo foi recebido em meio a uma salva de palmas.

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Uma longa fila de pessoas se amontoava na porta lateral da catedral de Modena (norte da Itália), quando o velório foi aberto ao público, às 16h30 (de Brasília). Os admiradores percorriam lentamente o caminho até o seu interior para dar o último adeus ao cantor.

A capela permanecerá aberta até o fim do dia, e reabriu nesta sexta-feira, no início da manhã. Também será possível visitá-la durante o sábado, até as 10h (de Brasília). Depois, o local será fechado para a preparação do funeral, previsto para as cinco da tarde.

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Desde que foi divulgado que o velório aconteceria na catedral, os habitantes de Modena começaram a se concentrar na praça do Duomo para ver a chegada dos restos mortais de Pavarotti.

O caixão de madeira, de cor clara, e adornado com uma cruz, chegou à praça da catedral às 16h05 (de Brasília), onde foi recebido pelas autoridades locais, dentre as quais o prefeito da cidade, Giorgio Pighi, e representantes das forças policiais.

A esposa de Pavarotti, Nicoletta Mantovani, chegou à catedral de carro, junto com as três filhas que o tenor teve em seu primeiro casamento, com Adua Veroni.

Silêncio

As horas de espera que antecederam a chegada do caixão foram marcadas por um respeitoso silêncio, e as centenas de pessoas que aguardavam no local pouco conversaram, aguardando com serenidade.

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"Estamos muito emocionados. Sentimos muita sua morte", afirmou à Efe Gianni, um idoso que, junto de sua mulher, Roberta, quis ser testemunha da chegada dos restos mortais de Pavarotti.

"Não acho que ficaremos para entrar na capela, pois já é tarde, e somos idosos", acrescentou. Com um sorriso, Roberta lembrou da vez em que o casal escutou Pavarotti cantar na catedral que agora acolhe seus restos mortais. "Era Natal, e ele cantou com seu pai", recordou.

Não é típico dos cidadãos de Modena expressar publicamente suas emoções. Por isso, todos esperaram pacientemente até o velório sem dar grandes demonstrações de dor.

"As pessoas daqui são um pouco frias, por isso aparentam estar agindo normalmente. Mas todos sentiram muito a morte deste grande tenor", afirmou à Efe Angelo, um jovem da cidade de Foggia, que trabalha em Modena.

Pessoas de todas as idades se reuniram em Modena para dar o último adeus a Pavarotti.

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Chiara, uma jovem de cerca de 20 anos, esperava na primeira fila apoiada nas cercas de segurança montadas pela Polícia para delimitar a entrada para o velório. "Pavarotti era um orgulho para toda a Itália", afirmou.

O fato de Pavarotti ser considerado um orgulho não só para os seus conterrâneos, mas para todo o país, era a opinião mais repetida durante a espera.

Os habitantes da cidade também destacaram o forte vínculo que Pavarotti tinha com sua cidade natal, que decretou três dias de luto.

"Ele vinha freqüentemente à cidade, por onde passeava a bordo de seu carro vermelho. Além disso, falava o nosso dialeto e tinha o sotaque local", lembrou Giovanni, nascido em Modena.

Turistas

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A curiosidade também levou muitos turistas que se encontravam na cidade ao centro de Modena. Foi o caso de dois atletas de uma equipe de vôlei de Porto Rico, presentes na cidade para uma competição.

"Conhecemos a história de Pavarotti. Ele esteve uma vez em nosso país, e quisemos vir também para render-lhe nossa homenagem", disse Ángel Peña, um dos atletas.

Em sua última declaração pública, realizada em 11 de julho, o tenor ligou de sua casa em Pesaro (leste da Itália) para os participantes do Global Film & Music Festival, realizado na ilha de Ischia, e garantiu que estava gravando um novo disco da série beneficente "Pavarotti & Friends".

A família, no entanto, não confirmou se existe material gravado deste novo disco, que representaria sua última contribuição ao mundo da música.

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