Há três anos, o cineasta português Miguel Gonçalves Mendes começou um projeto que ele mesmo define como megalomaníaco, cujo título, “O Sentido da Vida”, explica quase que sozinho o motivo pelo qual o documentário parece tão ambicioso.
O diretor, que já havia filmado durante quatro anos a vida de José Saramago e sua mulher para o filme “José e Pilar” (2010), escolheu desta vez acompanhar a rotina de figuras públicas, mas também a de uma pessoa comum com uma enfermidade incurável.
O protagonista é Giovane Brisotto, um engenheiro cartógrafo brasileiro de 28 anos que realizou, a convite do longa produzido pela O2 Filmes, uma viagem pelo mundo.
Portador de paramiloidose, doença degenerativa hereditária e sem cura – a mesma que matou sua mãe, tia e avó – Brisotto estava na lista de espera para um transplante de fígado, capaz de retardar a progressão dos sintomas, antes de aceitar seguir o roteiro do diretor.
Filme transita entre países colonizados
O diretor Miguel Mendes escolheu Brisotto entre os mais de 60 portadores de paramiloidose que entrevistou para seu filme.
Leia a matéria completaAssim, a jornada foi interrompida em junho quando ele foi avisado que era o primeiro da fila para o transplante hepático. E, na semana passada, acabou levando Mendes para Passo Fundo (RS), onde ocorreu a operação. Giovane deve levar de 7 a 12 meses para se recuperar.
Antes disso, o protagonista foi acometido por uma infecção que o deixou internado no Nepal, durante a viagem para o filme. Na época, a equipe publicou no Facebook que temia pelo futuro de Brisotto e do longa, cuja estreia está prevista para 2017. Da internação no país, filmou só a última semana, entre consultas, mal-estares e o tempo ocioso no quarto do hospital.
Se os médicos permitirem, seu trajeto seguirá por mais 12 países. Caso o engenheiro não possa, a opção seria filmar só na ilha Decepção, na Antártida, onde o diretor deseja terminar o filme.
A narrativa do protagonista se mistura à de personalidades como o português Valter Hugo Mãe, o músico islandês Hilmar Örn Hilmarsson, o astronauta dinamarquês Andreas Mogensen, a figurinista japonesa Emi Wada e o juiz espanhol Baltasar Garzón.
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