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Lázaro Ramos (à dir.) entrevista o cineasta Jorge Furtado e tasca: “Eu sou seu alter-ego?” | Juliana Torres/Divulgação
Lázaro Ramos (à dir.) entrevista o cineasta Jorge Furtado e tasca: “Eu sou seu alter-ego?”| Foto: Juliana Torres/Divulgação

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Espelho Arte

Canal Brasil. Segunda-feira, às 21h30. Reprises na terça-feira, às 16 horas, e sábado, às 12h30.

Quem acha que alguns entrevistadores estragam os programas de bate-papo não verá defeito em Espelho Arte, do Canal Brasil, apresentado e dirigido pelo carismático ator Lázaro Ramos. Já na sétima temporada, as conversas com artistas e outras personalidades agora se passam num casarão no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Serão 26 episódios, que começaram a ser exibidos em março, estreando com o diretor que revelou Ramos, o cineasta gaúcho Jorge Furtado.

Depois de atuar nos longas Meu Tio Matou um Cara, O Homem Que Copiava e Saneamento Básico, o Filme de Furtado, produzidos entre 2003 e 2007, Ramos tasca a pergunta: "Eu sou seu alter-ego, já que estou em todos os seus filmes?"

É assim, intercalando perguntas descontraídas e constrangedoras que a meia-hora de duração se mantém interessante. A propósito, Furtado respondeu que é bom para reconhecer talentos, e com Ramos teve um "estalo" depois de três minutos de teste.

Um dos marcos da carreira de Furtado, que surgiu na conversa, foi o curta-metragem Ilha das Flores (1990), em que o gaúcho apresenta como que para um extraterrestre o problema da fome num lixão. A repercussão foi tamanha – todo mundo deve ter assistido na escola –, que ele conta já o ter encontrado em versões dubladas para o catalão e o tcheco.

Além do cineasta, já passaram por esta temporada do programa Regina Casé, o músico Otto, Luis Miranda, Geneton Moraes Neto e Elke Maravilha. Na escalação que vai até setembro constam ainda nomes como Jards Macalé, Leonardo Boff e o economista Eduardo Giannetti.

Um tema que tem sido recorrente nas entrevistas é a crescente cobrança por um humor politicamente correto. Furtado contou que concorda que o ponto fraco da televisão são as piadas vexatórias que humilham pessoas sem defesa, enquanto o importante é "rir de si mesmo".

Quando foi sua vez, Regina Casé, super à vontade recostada na sacada do casarão, também disse concordar com a necessidade de limites na comédia. Era algo em que ela acreditava mesmo em seu irreverente grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, que na década de 70 revelou uma nova geração de artistas satíricos e despreocupados com a politização reinante.

Sobrou para a televisão também. Para Regina, o que acaba com a qualidade são atores que estão ali somente pelo dinheiro, para depois fazer algo "cabeça", que considerem "relevante".

Multiartes

Uma novidade desta temporada são os recursos visuais que dialogam com os interesses dos entrevistados. Furtado citou os quadrinhos – aliás, confessou que, se soubesse desenhar, esse seria seu meio de expressão, já que fazer cinema requer muitas reuniões, com muita gente e burocracia. Com base nisso, a artista plástica Ana Durães criou quadrinhos que estilizam os rostos do cineasta e do ator. Cada artista leva uma ou duas referências como essas – Furtado levou também Grande Sertão: Veredas, que já leu três vezes e acredita ficar cada vez melhor.

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