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Zé do Caixão derreteu-se com a presença de Geisy Arruda, e não hesitou em paquerá-la durante a entrevista da moça em seu talk show no Canal Brasil | Sérgio Andrade/Divulgação
Zé do Caixão derreteu-se com a presença de Geisy Arruda, e não hesitou em paquerá-la durante a entrevista da moça em seu talk show no Canal Brasil| Foto: Sérgio Andrade/Divulgação

José Mojica Marins, ou melhor, o Zé do Caixão, é o nome por trás do cinema de horror trash no país. Lembro vagamente quando alguns filmes dele eram transmitidos pela TV Bandeirantes no meio da tarde: além da sua figura, digamos, excêntrica e de suas unhas pavorosas, as imagens de suas produções traziam até cabos de vassoura aparentes, com alguns bichos pendurados. Cômico, até para os olhos de uma criança. Pois bem. Seja qual for a fase da vida, certamente, Marins marcou gerações. E ele continua com sua capa preta, caixões e agora somente uma unha horripilantemente comprida no programa O Estranho Mundo do Zé do Caixão, exibido pelo Canal Brasil, e que chegou a sua 4.ª temporada no início do ano.

O talk show incomum do "mestre do terror" traz entrevistados variados, desde atores tarimbados como José Wilker e Lima Duarte até celebridades momentâneas como Geisy Arruda, a moça loira da Uniban que ficou conhecida nacionalmente após ter sido discriminada por usar um vestido cor-de-rosa considerado ousado demais pelos alunos. Zé, aliás, foi todo amores com a moça: elogiou, ou melhor, deu em cima dela descaradamente a entrevista toda.

Os temas das conversas variam e passam pelas vidas profissionais e pessoais dos entrevistados, porém, Zé do Caixão gosta de perguntar sobre as experiências sobrenaturais com vampiros e espíritos. Apesar de as entrevistas serem interessantes, a personalidade autêntica de José Mojica acaba sendo a grande atração do programa, já que ele, em alguns momentos, se dispersa e perde algumas boas deixas, que renderiam questões melhores.

Aliás, ele é conhecido pela sua distração. O diretor do programa, André Barcinski, já relatou em seu blog que mantém no site do jornal Folha de S. Paulo, onde é colunista, que passou uma das situações mais embaraçosas ao lado de Zé do Caixão na cidade de Park City, Utah (EUA), onde ocorria o Festival Sundance de Cinema.

Por acaso, os dois encontraram o líder do recém-desfeito R.E.M., Michael Stipe. Barcinski não hesitou e chamou o vocalista para dar uma entrevista rápida para Zé do Caixão, que nunca tinha ouvido falar dele ou da banda. Na hora H, Zé esqueceu o nome de Michael, mas improvisou, chamando-o de "gigante do rock". Mas, não conseguiu partir para a segunda pergunta: ficou hipnotizado com uma maçã do amor que Stipe segurava. Barcinski disse no blog que o momento foi um dos mais constrangedores – e engraçados – de sua vida.

É essa naturalidade de Zé do Caixão que faz com que o programa valha a pena. O cenário é outra atração à parte: ele conduz as entrevistas de um sofá em formato de caixão, um gato preto empalhado passa pela mão dos entrevistados e um assistente de palco, o Capetinha, lê os e-mails dos espectadores, que ele chama de mensagens da "Infernet". Imperdível.

Serviço

- O Estranho Mundo do Zé do Caixão.

- Canal Brasil

- Sexta-feira, à meia-noite. Reprises na madrugada de sábado para domingo, à 1h30 e de quarta para quinta-feira, às 4h30.

- Trechos no site do canal: www.canalbrasil.globo.com.

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