João Gordo: frio, fome e perrengue na França| Foto: Divulgação

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Contos do Rock

Terças-feiras, às 22 horas, no Multishow. O programa tem seis reapresentações em horários alternativos ao longo da semana.

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A fórmula é tão simples que funciona perfeitamente. Em clima de conversa de bar, músicos, empresários e roadies das principais bandas do país contam casos bizarros e grandes perrengues dos bastidores do rock brasileiro. Esse é o formato do programa Contos do Rock, exibido pelo canal a cabo Multishow às terças-feiras, às 22 horas.

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A série estreou no ano passado e a previsão é de que nesta primeira temporada sejam exibidos 13 episódios.

A linguagem visual do programa, sem apresentador, é conduzida por vinhetas de animação entre os "contos", dando a ideia de um livro de cordel que segue sem expectativa de terminar.

Cada episódio traz nove relatos, filmados na casa dos artistas ou em estúdios de gravação, geralmente tem dois minutos e meio e relembram situações absurdas que muitas vezes terminam em gargalhadas.

A ideia do programa partiu do documentarista carioca Daniel Ferro. Depois de conversar e entrevistar muitos artistas e bandas ao longo das gravações do programa Rock na Estrada, que também dirigiu para o Multishow, Ferro tentou achar um espaço para aquelas histórias que ficavam de fora das biografias. O documentarista queria reunir contos curiosos, engraçados e, às vezes, assustadores, que até então ficavam restritos ao circuito dos bastidores do showbiz brasileiro.

"Eu estava vendo o Punk’s Not Dead, um documentário sobre o punk, e o que eu achei mais legal do filme é que nos extras do DVD tinham várias historinhas pequenas, brincadeiras que tinham ficado fora da edição final", explica Ferro ao site do Multishow. Ele conta que apresentou então o formato à emissora e foi atrás das histórias que já tinha ouvido no backstage dos shows pelo Brasil.

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A seleção dos entrevistados vai desde ícones do rock da década de 1980 até bandas mais novas como o Restart e NX Zero. A diferença de gerações mostra que mudaram alguns costumes no showbizz brasileiro, mas a Lei de Murphy continua valendo. Histórias de brigas, de shows interrompidos pela polícia e problemas em voos e viagens de ônibus são frequentes, mas há também situações mais inusitadas.

No primeiro episódio, o ex-guitarrista da Legião Urbana Dado Villa-Lobos relembrou o dia em que a banda invadiu a sede da gravadora para pichar paredes em retaliação a um álbum que iria ser prensado sem o aval da banda. "Eles passaram por cima da gente e a gente resolveu passar por cima deles e deixar nosso recado pichado nas paredes da gravadora… Legião em guerra!", conta Dado.

Em outro episódio, Charles Gavin, ex-baterista do Titãs, conta que a banda foi hostilizada por fãs revoltados que acharam que eles eram impostores num programa do Chacrinha.

O punk João Gordo ri do perrengue passado por sua banda Ratos de Porão no fim de uma turnê europeia, quando iam da Itália para a Holanda de trem e acabaram expulsos do vagão por falta de visto e passaram frio e fome na França.

Há espaço também para histórias de músicos internacionais de passagem pelo país.

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Em um dos episódios mais engraçados, o guitarrista Gabriel Thomaz do banda Autoramas conta como derrotou com facilidade o lendário metaleiro Lemmy Kilmister, do Motörhead, em um desafio de pinball.

Em um episódio recente, o coordenador de camarim da primeira edição do Rock in Rio, Amin Khader, fala da relação problemática entre os integrantes do Queen e como isso dificultou a produção do show da banda no festival em 1985.