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Nesta segunda-feira, a Argentina deu seu último adeus à famosa cantora popular Mercedes Sosa, em um funeral carregado de emoção e demonstrações de angústia no qual não faltaram música, dança e poesia.
Sosa, uma das intérpretes mais conhecidas do folclore latino-americano, morreu no domingo aos 74 anos depois de ficar hospitalizada por duas semanas devido a problemas renais e hepáticos que pioraram sua debilitada saúde.
Milhares de argentinos se despediram durante o velório na sede do Congresso, incluindo a presidente, Cristina Kirschner, que decretou luto nacional de três dias.
O corpo de Sosa foi levado ao crematório do cemitério de Chacarita, em Bueno Aires, e suas cinzas serão jogadas em sua província natal, Tucumán, em Mendoza, onde forjou sua carreira, e em Buenos Aires.
Seus restos mortais foram levados em meio a uma multidão que entoava suas canções e dançava as danças folclóricas com as quais Sosa deleitava seu público nos concertos. Outros se abraçavam e choravam ao se lembrarem da artista.
"Mamãe foi uma mulher que viveu sua vida como quis e creio que não deixou nada por fazer, foi uma guerreira da vida e todos estamos tristes por sua partida", disse o único filho da cantora, Fabián Matus, a jornalistas.
Com uma carreira de seis décadas, Sosa, apelidada carinhosamente de "La negra", foi a propulsora do Nuevo Cancionero, um movimento cultural latino-americano que buscou levar a música popular de volta a suas raízes.
Seus discos carregados de conteúdo social se converteram em uma referência durante a ditadura militar argentina, durante a qual suas obras foram proibidas e que a obrigou a se exilar na Europa, de onde levou sua música ao mundo.
A mídia local dedicou horas de transmissão e páginas inteiras para recordar sua trajetória, que descreveu como um legado de luxo que encheu a nação de orgulho.