Faltou à companhia Os Fodidos Privilegiados definirem qual tipo de humor desejavam fazer em Comédia Russa. Os espectadores que esperavam uma comédia inteligente frustraram-se ante os momentos de extremo escracho, a cena da princesa Jedi foi difícil de engolir, e quem foi esperando uma comédia pastelão leve e divertida sentiu-se desconfortável com as piadas mais profundas e a trama confusa ao extremo. Nada fez sucesso, nem as referências populares, nem as mais eruditas Wittgenstein disputava, sem muito êxito, as risadas com a clássica novela A Escrava Isaura.
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A sensação, ao sair da peça, foi que ela tinha agradado pouco. Para ser justo, algumas coisas colaboraram em muito para a antipatia do público de antemão. O atraso de quase meia hora (em grande parte para acomodar todos os presentes) e os constantes problemas de som dos microfones irritaram muitos, que murmuravam para que se interrompesse a peça. Um problema técnico que ofuscou a excelente qualidade de figurino e iluminação.
Comédia Russa tem um grande potencial para ser um pastelão ou uma comédia refinada, e chega a ser divertida em diversos momentos. Mas, há uma visível tentativa de agradar a todos sem uma estratégia clara que amarga a percepção do público. O que fica são atuações histéricas, gritos e esperneios que só são salvos, eventualmente, pelas boas atuações de Thelmo Fernandes, Ricardo Souzedo e Roberto Lobo.
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