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Sem fazer alarde, várias grandes editoras começaram a vender diretamente aos consumidores através da internet, uma iniciativa que poderá colocá-las como concorrentes diretas das livrarias online, como a Amazon.com.

As editoras em questão, incluindo a Simon & Schuster, Random House e Penguin, afirmam que suas ambições varejistas são limitadas e que apenas querem usar seu site para ajudar os leitores.

- Podemos oferecer serviços e orientações que outros varejistas teriam dificuldade em proporcionar aos leitores - disse o presidente do grupo Penguin, John Makinson. - Mas não seremos concorrentes da Amazon ou qualquer outro varejista neste setor.

Apesar disso, as editoras não têm gostado do fato de varejistas como a Barnes & Noble invadirem seu espaço ao editar elas próprias uma série de livros, incluindo clássicos de Fiodor Dostoievski e Mark Twain.

- As varejistas estão virando editoras, então por que as editoras não podem tornar-se varejistas? - indagou Pat Schroeder, presidente do grupo comercial Associação de Editoras Americanas. - É uma coisa experimental. Todo mundo está tentando encontrar o caminho mais acertado.

De fato, as editoras, juntamente com muitas outras empresas de mídia e entretenimento, estão se esforçando para adaptar-se às evoluções tecnológicas que as estão forçando a repensar seus modelos econômicos. A questão vem sendo tópico quente de discussões na Feira do Livro de Frankfurt, que está acontecendo esta semana.

- As fronteiras entre editoras, vendas no varejo e distribuiao estão se confundindo - disse o presidente do grupo Penguin. - Não podemos mais partir da premissa tradicional de que nós somos editora, eles são livraria. Nós não vamos vender no varejo, eles não vão publicar. Vamos ter que nos adaptar uns aos outros.

A Random House, maior editora mundial de livros ao consumidor, pertencente ao conglomerado de mídia alemão Bertelsmann AG, lançou sua iniciativa de vendas online este ano sem alarde, oferecendo seu catálogo inteiro de títulos que não estão esgotados.

A editora não está oferecendo descontos, não vai abrir mão dos custos de envio e vai enviar livros apenas a endereços dentro dos EUA.

A Simon & Schuster, que faz parte do conglomerado de mídia Viacom, fez o mesmo em setembro.

A Amazon.com se negou a comentar o assunto, e não foi possível falar de imediato com representantes da Barnes & Noble.

A editora Harlequin, que publica romances, foi uma das primeiras a se adaptar às novas condições, tendo começado a vender diretamente ao consumidor já na fase inicial da internet, em 1995, o mesmo ano em que Jeff Bezos lançou a Amazon.com.

Diferentemente de suas concorrentes, a editora sediada em Ontario oferece um desconto de 20% sobre todos seus títulos e, em alguns casos, envio gratuito.

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