Com um testemunho dramático, os advogados do médico de Michael Jackson lançaram a bomba que esperavam há meses - a opinião de um especialista que acusa o cantor de ter causado a própria morte.
O Dr. Paul White disse que Jackson injetou em si mesmo uma dose de propofol depois de uma dose inicial ministrada pelo Dr. Conrad Murray. Ele também calculou que o cantor teria ingerido outro sedativo, lorazepam, tomando pílulas depois de uma infusão de propofol e outras drogas que não foram capazes de fazê-lo dormir.
A combinação de medicanentos pode ter levado a "consequências letais", afirmou o especialista que testemunhou pela defesa na sexta-feira (28). Murray alega inocência na acusação de homicídio involuntário.
White mostrou aos jurados uma série de gráficos e simulações criadas por ele nos últimos dois dias para apoiar a teoria da defesa. Ele também fez uma demonstração de como o anestésico propofol poderia ter entrado nas veias de Jackson com a pequena dose que Murray alega ter dado ao astro insone.
White disse que tomou como referência o testemnho de Murray à polícia de que ele teria administrado apenas 25 milligramas de propofol depois de uma noite inteira de luta para fazer com que Jackson dormisse através de infusões de outros sedativos.
"Em quanto tempo isso (propofol) faria efeito no Sr. Jackson?", perguntou o advogado de defesa J. Michael Flanagan. "Se você está falando do efeito sobre o sistema nervoso central, seriam 10 a 15 minutos, no máximo", respondeu White.
Dose
Em seguida, o especialista disse que Jackson poderia ter injetado em si mesmo outra dose de 25 miligramas durante o tempo em que Murray afirma ter ficado fora do quarto do cantor. "Então você acha que ele injetou em si mesmo o propofol entre 11h30m e meia-noite?", perguntou Flanagan. "Na minha opinião,sim", falou White.
A testemunha, um dos pioneiros nas pesquisas sobre o anestésico, contradisse o testemunho do Dr. Steven Shafer, que foi seu colega e colaborador por muitos anos. Em seu depoimento, Shafer afirmou que Jackson estaria grogue com todos os medicamentos que havia tomado durante a noite e não teria tido condições de injetar a droga em si mesmo nos dois minutos que Murray disse ter passado fora do quarto.
"Ele não pode se injetar se estiver sonolento", disse Shafer aos jurados na semana passada. Ele chamou a teoria da defesa de que Michael teria aplicado o propofol em si mesmo de "maluquice". O testemunho de White não gerou nenhuma animosidade entre os dois especialistas, que trabalharam juntos por 30 anos.
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