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Depois de passar por vários gêneros em seus sete romances, Kazuo Ishiguro entra agora numa seara popular, especialmente entre os mais jovens.

Talvez por isso o autor, nascido no Japão há 60 anos e radicado na Inglaterra desde os cinco, tenha demorado uma década para completar a fantasia medieval “O Gigante Enterrado”, que a Companhia das Letras lança agora no Brasil.

De sua casa em Londres, Ishiguro conta que carrega um caderno de anotações, onde escreve ideias que porventura possam lhe ocorrer.

Foi em um desses que ele anotou há muito tempo a premissa de seu novo romance: alguém ou alguma coisa causa perda de memória a uma sociedade ou à população de um país, e as pessoas têm de decidir se querem destruir aquilo ou aquela pessoa que lhes causa esse mal ou se querem permanecer sem as lembranças que perderam.

“O Gigante Enterrado”

Kazuo Ishiguro. Tradução de Sonia Moreira. Companhia das Letras, 400 pp., R$ 39,90 (R$ 27,90 o e-book).

“Eles percebem que se as memórias voltarem coisas terríveis podem acontecer”, diz o escritor. “Essa é a história. Pensei nisso em diversas formas, até como ficção científica futurista, numa perda memória causada pelos telefones celulares.”

O autor de “Os Resíduos do Dia”, que lhe valeu o Man Booker Prize de 1989 e foi adaptado para o cinema com o nome de “Vestígios do dia” (1993), diz que o gênero não importa quando prepara um novo romance.

“Como escritor, sinto muita liberdade”, diz.

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