“O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: ‘Estou fazendo. Estou pensando’.”
“Ao sair do edifício, o inesperado me tomou. O que antes fora apenas chuva na vidraça, abafado de cortina e aconchego, era na rua a tempestade e a noite. Tudo isso se fizera enquanto eu descera pelo elevador? Dilúvio carioca, sem refúgio possível, Copacabana com água entrando pelas lojas rasas e fechadas, águas grossas de lama até o meio da perna, o pé tateando para encontrar calçadas invisíveis.“
“Aninha é uma mineira calada que trabalha aqui em casa. E quando fala, vem aquela voz abafada. (...) Um dia de manhã estava arrumando um canto da sala, e eu bordando no outro canto. (...) Veio até mim a sua voz: ‘A senhora escreve livros?’ Respondi um pouco surpreendida que sim. Ela me perguntou (...) se eu podia emprestar-lhe um. (...) Fui franca: disse-lhe que ela não ia gostar de meus livros porque eles eram um pouco complicados. Foi então que (...) respondeu: ‘Gosto de coisas complicadas. Não gosto de água com açúcar’.”
“Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:
- Como não acaba? - Parei um instante na rua, perplexa.”
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