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O ator Mel Gibson foi condenado nesta quinta-feira por dirigir embriagado em Los Angeles, Estados Unidos, no fim de julho.

Segundo o site ABCNews.com, o ator foi condenado a três anos de prisão, mas vai poder cumprir a pena em liberdade.

O inferno astral de Gibson começou nas primeiras horas da sexta-feira 28 de julho, quando o ator foi pego dirigindo em alta velocidade pelas ruas de Malibu completamente embriagado. Ao ser preso pela polícia de Los Angeles, ele proferiu comentários anti-semitas.

E quase tão impactante quanto a desgraça anti-semítica de Gibson foi a velocidade em que o escândalo se espalhou, prejudicando seriamente a imagem de uma das carreiras mais valiosas de Hollywood.

Em um pouco menos de 24 horas, a prisão de Gibson e seu comportamento subseqüente em Malibu impulsionaram um abafamento do caso, uma retratação, uma cobertura jornalística mundial, um pedido de desculpas e um grande estímulo à reabilitação do alcoolismo, e até seus representantes e executivos na Walt Disney Co. se apressaram para ficarem inteirados com os efeitos do incidente nos projetos cinematográficos e televisivos da empresa.

Na segunda-feira, dia 31, Hope Hartman, porta-voz da rede de televisão ABC, da Disney, disse que a empresa desistiu de produzir uma minissérie sobre o Holocausto em colaboração com Gibson.

A rede não ligou o término dos projetos aos comentários de Gibson. Porém, suas declarações atraíram críticas da comunidade judaica, que argumentaram que o ator deveria ser desqualificado a continuar com o projeto, mesmo tendo se desculpado por seus inúmeros comentários anti-semitas.

- Não acredito que ele deveria fazer um filme sobre o Holocausto - disse na época o rabino Marvin Hier, fundador do Centro Simon Wiesenthal, que previamente criticou os tons anti-semitas do sucesso de Mel Gibson, "A Paixão de Cristo".

- Seria como pedir para alguém associado à Ku-Klux-Klan fazer um filme sobre a experiência dos afro-americanos - completou Hier.

Heidi Trotta, porta-voz para os estúdios Disney, disse no início do mês que a empresa ainda espera lançar o próximo filme de Gibson, "Apocalypto", esperado para o início de dezembro. Mas depois, especulou-se que o filme será vendido para outra distribuidora, contribuindo para aumentar o inferno astral do ator.

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