Michael Jackson, que faltou duas audiências em um tribunal num processo por agressão sexual movido contra ele, enviou um advogado para representá-lo numa nova audiência em Nova Orleans, nesta quarta-feira, evitando assim ser preso, disse um juiz.
O juiz distrital Eldon Fallon aplicou a Jackson uma multa de US$ 10 mil por ter faltado a duas audiências anteriores às quais tinha sido intimado a comparecer.
O advogado do cantor, Charles Gay, disse na audiência que erros burocráticos impediram Jackson de comparecer conforme fora notificado. "De alguma maneira, a intimação não foi entregue às pessoas corretas", disse Gay ao tribunal.
Fallon disse que teria ordenado a prisão de Jackson e, possivelmente, uma sentença à revelia a favor do querelante, se o advogado não tivesse comparecido à audiência na quarta-feira. A pessoa que moveu a ação está pedindo indenização de valor não especificado por danos.
O querelante abriu a ação em novembro passado, dizendo que durante a Feira Mundial de 1984 em Nova Orleans foi atraído para a limusine de Jackson e sexualmente agredido. As agressões teriam continuado ao longo de oito dias, enquanto ele e Jackson viajaram à Califórnia. O querelante disse que foi drogado, cortado com uma lâmina e mordido.
De acordo com a ação, o homem esperou tanto tempo para mover a ação porque a memória do que sofreu ficou reprimida até voltar à tona em função da cobertura noticiosa das acusações de abuso sexual infantil feitas contra Jackson na Califórnia. Na época, o júri absolveu Jackson, em junho, da acusação de abusar sexualmente de um garoto de 13 anos em 2003.
Charles Gay disse à Reuters que considera a ação inválida porque o crime prescreve após um ano. Os advogados do acusador argumentam que o prazo de um ano deve começar a ser contado a partir do momento em que o homem, que tinha 18 anos na época em que teria sido agredido, se recordou do fato, em 2003.
O advogado de Jackson prometeu uma defesa vigorosa.
O juiz Fallon marcou para 7 de setembro uma audiência na qual deve ser determinada a data do início do julgamento no caso de Nova Orleans.