A encenação de O Butô do Mick Jagger, no Fringe deste ano, lança holofotes sobre o texto. O cenário se resume a uma cadeira e uma poltrona, além de alguns objetos. Todo o destaque vai para o diálogo furioso de Luiz Felipe Leprevost, um dos autores do Núcleo de Dramaturgia do Sesi/Paraná.
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A penumbra completa o clima de decadência das duas cantoras, vividas com seriedade pelas atrizes Ciliane Vendruscolo e Débora Vecchi.
A raiva guardada pelas personagens vai sendo destilada em impropérios e verdades que revelam o quanto as duas estão envolvidas. Vivem um relacionamento íntimo, de dependência e agressividade que lembra Vladimir e Estragon, personagens épicos de Samuel Beckett em Esperando Godot.
Se há menos rock do que o nome pode fazer esperar, a simulação do butô, dança fúnebre japonesa, traz uma mudança de clima na segunda metade com bom uso da iluminação.Uma boa estreia na direção de Leprevost.
Serviço
O Butô do Mick JaggerTeatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Direção: Luiz Felipe Leprevost. Classificação indicativa: 16 anos. Dias 31 (21h) de março e 1.º (19h), 2 (21h) e 3 (15h e 19h). R$16 e R$8 (meia).
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