Juvenal Nones, proprietário da barbearia Cordobes, no São Francisco, não estava em sua loja na tarde da última terça-feira (4).
Comecei penteando minha ex-mulher, que gostava de se arrumar antes da gente sair para dançar. Fiz o curso para agradar ela. A gente se separou e eu ganhei uma profissão.
Lidando há alguns anos com problemas de saúde, o barbeiro com mais de cinquenta anos de profissão tirou a tarde para descansar. Justo. No seu lugar, de navalhete na mão, estava o colega Osni Ribeiro. “Pode fotografar. Barbeiros são uma espécie em extinção. Tem que chamar o Ibama para nos proteger”, brincou.
Ribeiro tem uma trajetória diferente de seus colegas de tesoura. “Comecei penteando minha ex-mulher, que gostava de se arrumar antes da gente sair para dançar. Fiz o curso para agradar ela. A gente se separou e eu ganhei uma profissão”, conta. Ele chegou a estudar na Espanha e em São Paulo com o badalado hair stylist (argh!) Celso Kimura. Mas conseguiu guarida mesmo na barbearia do Juvenal, com suas cadeiras da marca Ferrante e uma garrafa térmica mateira com água morna para dissolver o creme de barbear. “O que ele fez por mim nem um pai faz”, disse, de navalha na mão.
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