Na década de 1970, alguns dos artistas mais populares do país, de passagem por Curitiba, não deixavam de visitar a barbearia do Vico. Começou com Jorge Goulart (Laura), que usava gomalina e barba impecável. Depois, o ídolo brega Lindomar Castilho (“Vou Rifar Meu Coração”) e seus bigodes, e depois o sambista Blecaute (“Piada de Salão”), com cabelo pré-black power. O bom trabalho valia convites para os shows. “Gostava bastante da noite, que ninguém nos ouça”, ri. Nascido em Jaguariaíva, nos Campos Gerais, Vico aprendeu a profissão em Campos Novos (SC). “Sabe como é, cidade do interior não tem muita coisa em que se trabalhar”, explica. A barbearia montada perto da praça Carlos Gomes lhe permitiu ter como fregueses gerações de jornalistas da Gazeta do Povo, “no tempo em que os jornalistas eram todos barbudos. Outro vizinho, o Instituto de Identificação da Polícia Civil, o fez diversificar as atividades: há anos, no mesmo espaço, funciona um estúdio que tira fotos para certidões de antecedentes criminais. “O camarada primeiro faz barba e cabelo, fica bonito e aí tira a foto.”
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