Seleção para "Big Brother" é cem vezes mais disputada que vestibular de medicina

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Alguns vídeos que foram reprovados nas seleções para o "Big Brother Brasil" e que estão no site do programa , apresentam gente imitando vaca, criando um milho grande para fingir que era R$ 1 milhão e se fantasiando de Batman. Teve até um "reality show" no estilo "BBBicho", protagonizado por animais de pelúcia.

Assistindo a algumas fitas enviadas para a Rede Globo por candidatos a possíveis participantes ansiosos do "Big Brother Brasil", percebe-se que muita gente não se importa de passar por constrangimentos. Tudo por uma vaga no trem dos pseudofamosos.

- Quero participar do programa porque ser famoso é um sonho que tenho desde criança. E acho que estando no programa esse sonho vai começar a se tornar realidade - conta o gaúcho Francisco Elias Junior, de 21 anos, que já se inscreveu três vezes no "BBB". - Na primeira fita, fiz coisas engraçadas, muitas loucuras. Na segunda, tentei maneirar e ser mais sério. Mas ainda fiz algumas coisas para descontrair, como dançar. Na terceira, eu fui completamente sério. Falei da minha vida, o que eu fazia... Tentei levar para um lado diferente.

Mesmo assim, Francisco nunca foi selecionado. Passar no pente fino do "Big Brother Brasil" é cem vezes mais difícil do que passar no vestibular para medicina. Este ano, foram 50 mil inscritos no reality da Globo, e 16 foram escolhidos. Trocando em miúdos, são 3.125 candidatos para uma vaga (no vestibular de medicina da Unirio, para se ter uma idéia, foram 38,90 inscritos por vaga). Mas, voltando a Francisco... Pensam que ele desiste fácil?

— Eu já estou me preparando para tentar de novo no "BBB" 8 — garante ele.

O paranaense Anderson Leal se inscreveu duas vezes no reality show.

- Na primeira vez, eu só comprei aquela revista e preenchi o cupom. Ah, e fiz várias ligações. Na segunda, fui a um laboratório fotográfico e fiz uma filmagem contando minha história e por que eu gostaria de estar lá - lembra o rapaz, de 21 anos, que está desempregado.

A balconista mineira Rosa Maria Silveira, de 27 anos, já é conhecida na vizinhança por ser fã do "BBB". Desde a primeira edição, em 2002, ela tenta entrar na casa. Já perdeu as contas de quantas vezes telefonou. Em uma das fitas que mandou, pulou de pára-quedas. Em outra, fantasiou-se de Dona Benta, do "Sítio do Picapau Amarelo", e ensinou uma receita de bolo.

- Entrar no programa é tudo o que mais quero na vida. Faço qualquer coisa para ver o Pedro Bial de perto - diz ela que, por um motivo especial, desistiu de se candidatar a uma vaga na sétima edição. - Meu casamento será em março, está marcado há mais de um ano. Não sei se meu noivo ficaria feliz se eu me inscrevesse desta vez. A não ser que nos casássemos virtualmente, pela internet. Eu na casa e ele aqui fora. Até que seria engraçado, e eu seria a ex-"Big Brother" mais lembrada de todos os tempos.

Na sétima edição, que estreará dia 9 de janeiro, o "Big Brother" terá 16 participantes, em vez dos 14 das anteriores. Outra mudança é que não haverá mais sorteio para escolher os dois últimos "moradores". E, toda semana, um dos participantes poderá abençoar ou vetar o anjo. Semanalmente, durante a madrugada, haverá o "Proibido para menores", um apanhado das cenas mais picantes que não irão ao ar na edição do programa diário.