Uma multidão compareceu ao centro de Curitiba neste sábado (9) primeiro dia da programação principal da Corrente Cultural. De acordo com a produção do evento, 90 mil pessoas circularam pelos palcos até as 20 horas. O cálculo não considerou os dois últimos grandes shows do dia, que visivelmente atraíram as maiores plateias Moraes Moreira e Martinho da Vila.
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O evento foi aberto por volta das 11h20 quando o grupo Mundaréu, um dos escalados para dar a largada da Corrente Cultural em Curitiba, iniciou o cortejo da esquina das ruas XV de Novembro e Doutor Muricy. Sob céu azul, nove integrantes do grupo formaram uma roda de dança e batucada, com bandeiras e roupas coloridas, cantando a música "Peço a Deus".
Acompanhados por aproximadamente 200 pessoas, os músicos seguiram em um caminhão para o Palco Conexões, na Boca Maldita, onde Wanderléa abriu a programação do local.
Com roupas e cabelos esvoaçantes, a cantora da Jovem Guarda, aos 50 anos de carreira, esbanjou disposição durante o show, que abriu com "Foi Assim", tema da antiga novela Rainha da Sucata, da Rede Globo.
O público, composto em sua maioria por famílias e pessoas acima de 40 anos, ocupou uma quadra inteira do calçadão, cantando e dançando animado ao som das músicas dos anos 1960. Segundo estimativa da Guarda Municipal, aproximadamente mil pessoas estiveram reunidas no local.
Riachuelo
Por volta das 13h45, foi a vez de Guilherme Arantes, uma das principais atrações da Corrente Cultural no fim de semana, agitar o público desta vez no Palco Riachuelo, em frente ao Paço da Liberdade. O cantor e compositor abriu o show com a música "Condição Humana", que dá nome ao seu último álbum.
O público não demorou a ouvir hits. Em "Brincar de Viver", a multidão se animou e acompanhou Arantes em coro. As canções que foram tema de novela são mais de 25 no repertório do cantor foram as mais bem recebidas pelo público. O cantor apresentou hits como "Tudo que Eu Só Fiz Por Você" (que é inspirada no som da banda britânica Whitesnake), "Planeta Água" e "Cheia de Charme" que disse ser uma homenagem às paranaenses.
Para a professora Roseli Fedechem Silva, que estava ali especialmente para ver o cantor, o repertório com músicas mais antigas foi o ideal. "Eu acompanho a carreira dele, mas gosto mais do que ele cantava antes. Não sei bem as músicas novas", disse.
O show durou cerca de uma hora e meia. Segundo informações da Polícia Militar, a apresentação também reuniu cerca de mil pessoas.
Hip-hop
De volta ao Conexões, as atenções se voltaram para a curitibana Karol Conka. De cabelos e roupas coloridas, a rapper chegou ao palco da Boca Maldita na hora marcada -- às 16h32 deste sábado -- e no embalo de "Corre, Corre Erê" já ganhou a plateia.
Por mais que esse fosse o seu primeiro show na Virada Cultural, a cantora curitibana preferiu abrir espaço para que outros rappers subissem ao palco. Conhecidos no meio do rap nacional, os MCs Kamau, Nairobi, Sombra e Lurdes da Luz tomaram conta da maior parte da apresentação, que durou pouco mais de uma hora.
Mas o ponto alto do show foi quando, ao fim, Karol emendou as músicas "Gandaia", em que todos os convidados subiram ao palco, e "Toda Doida", que contou com a performance de dois dançarinos.
Acompanhada de uma banda formada por um baterista, um guitarrista e um baixista, além do DJ Jeff Bass, Karol se valeu da sua animação e presença de palco para conquistar o público. "Eu amo Curitiba. Nunca vou sair daqui", disse ela ao público.
Tecnobrega
Também em clima de diva, a paraense Gaby Amarantos fez sua primeira apresentação no Sul do país no palco Conexões. Com uma roupa brilhante e um tule azul gigante, por pouco mais de uma hora a cantora conquistou o público com uma performance bem-humorada e um repertório cheio de covers. Depois de apresentar quatro de suas próprias composições, entre elas "Gemendo" e "Ex Mai Love", Gaby fez uma versão para "Evidências", de Chitãozinho e Xororó, que foi cantado com entusiasmo pela plateia. A música foi logo emendada com "Fogo e Paixão", de Wando, e "Sonífera Ilha", dos Titãs. "Dizem que eu sou rainha do tecnobrega. Mas música é música", comentou Gaby, ao refutar o título atribuído a ela.
O bordão "treme, treme, treme..." foi entoado com força pela cantora a toda hora durante o show. O público formado pelas mais diferentes faixas etárias estava animado e respondia à altura, com gritos e as mãos para cima.
Ao fim, a cantora voltou ao palco para o Bis, com "Xirley" e "Ela tá Beba Doida", esta última com a presença de pessoas escolhidas por ela da plateia para dançar em cima do palco.
Carlos Gomes
Com a programação atrasada desde o concerto do célebre grupo mineiro Uakti com a Orquestra de Câmara de Curitiba, que só terminaram de acertar detalhes técnicos para começar o show às 15h45, o Palco Carlos Gomes atraiu um bom público de todas as idades durante a apresentação de Paulinho Moska com a Orquestra à Base de Corda. Canções como "O Mundo" conquistaram a plateia do novo palco da Corrente Cultural, instalado em frente ao prédio da Gazeta do Povo.
Mas o local acabou ficando esvaziado durante o show "Waltel Para Tod@s", uma homenagem ao maestro Waltel Branco comandada pelo jovem músico Ravi Brasileiro.
Mas o maestro foi bastante aplaudido e reverenciado quando entrou no palco, por volta da quinta música do repertório, "Estrela" - peça de sua autoria para violão.
Além do tema que abriu o show, o funk "Zoraia", composições de Waltel como "Paranaguá" e "Rio Curitiba" cantada por Ravi em dueto com Rogéria Holtz fizeram parte do show.
Acabou Chorare
Quem roubou as atenções foi Moraes Moreira, que cantou acompanhado sempre pelo coro do público no Palco Riachuelo. Munido do repertório do cultuado álbum "Acabou Chorare" ícone dos Novos Baianos lançado em 1972 e uma das obras mais consagradas da música brasileira , o cantor fez um show de canções infalíveis. Logo de início, colocou a plateia para sambar com "Besta É Tu", e seguiu com "Brasil Pandeiro", "A Menina Dança", "Swing De Campo Grande", "Tinindo Trincando", a instrumental "Um Bilhete para Didi" e "Preta Pretinha". O disco foi tocado na íntegra antes de Moreira apresentar canções de outras fases de sua carreira.
Festa de Martinho
Uma das atrações mais esperadas da Corrente Cultural, Martinho da Vila subiu ao Palco Conexões, na Boca Maldita, pontualmente às 21h30. A plateia ocupou desde a frente e as laterais do palco até a esquina da Rua das Flores com a Ébano Pereira.
Abrindo o show com "Quem é do Mar", o sambista fez o show começar lento para terminar em uma grande festa com três de seus filhos, também cantores, no palco.
Martinho deixou seus maiores sucessos para o fim do show, como "Canta, Canta Minha Gente", "Mulheres" e "Madalena do Jucú".
Com os filhos, o cantor dançou e fez uma festa no palco, sempre acompanhado pelo público, que mostrou entusiasmo e paixão pelo sambista até que ele deixasse o palco, depois de 95 minutos de show.
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