Seja qual for o motivo que leve alguém a dizer “não gosto de teatro”, é possível dizer que algumas atrações deste Festival de Curitiba têm potencial para agradar a todos. E mais: são peças e shows que poderão servir de abre-alas para a pessoa curtir mais do entretenimento ao vivo, principal característica das artes cênicas. Veja algumas sugestões:
“Autobiografia autorizada”
Uma tendência do teatro seja nos EUA, na Europa ou no Brasil é o ator partir de histórias pessoais para criar um show envolvente. Sozinho em cena, Paulo Betti faz sua própria “Autobiografia autorizada”, com muita autoironia a respeito das origens humildes de sua família e bom humor sobre a carreira. Por exemplo, ele mostra uma foto sua com cerca de 2 anos de idade feita em estúdio e conclui: “Olha aí como minha família já acreditava em mim. Foto em estúdio era caro pra caramba naquela época”. O clima é de confissão, sinceridade, mas principalmente comédia com a própria vida – Betti também recupera textos seus da juventude durante a brincadeira. Outro elemento que contribui para o ritmo do espetáculo é o uso que o ator faz do cenário, uma casa da roça estilizada com a qual ele interage. Como é um profissional de muita experiência e vivência, promete agradar.
Assista aqui a um trecho:
“Portátil”
Os humoristas consagrados com as esquetes de internet “Porta dos Fundos” trazem a Curitiba o espetáculo recém-estreado em São Paulo, em que enfrentam o desafio do improviso. A peça é muito diferente das histórias que eles interpretam na internet, sempre bem produzidas e com um roteiro ensaiado. Em “Portátil”, eles falam muito com a plateia, andando pelo teatro e requisitando histórias do público, que depois podem ser usadas no palco. A atividade é frenética e deve agradar à geração high-tech.
Veja um teaser do espetáculo:
“Parallel Songs”
O espetáculo é calcado na música, e portanto deve agradar quem prefere shows a peças de teatro. Por outro lado, em meio ao clima “banquinho e violão”, a atriz Fernanda Farah diz textos e brinca com objetos inusitados, em meio à música com composição e execução de Chico Mello.
Um exemplo do que eles fazem em cena: executar duas canções ao mesmo tempo, para mostrar o diálogo entre elas.
Danilo Gentili
Com uma voz levemente irritante, o comediante conseguiu aliar esse traço morfológico ao seu estilo “preguiçoso” de contar piadas e criar um estilo próprio. Como a maioria de seus colegas do gênero stand-up, ele fala do cotidiano e de modismos, em séries de tantas alusões e referências que, pelo menos de uma delas todo mundo da plateia acaba rindo. Gentili vem a Curitiba na próxima segunda-feira (28) como participante da mostra de humor Risorama, que vai até 30 de março, trazendo o elenco de seu programa “The Noite”, do SBT. Estão esgotadas as sessões do Risorama dos dias 28 e 29 às 19h30, mas há ingressos para a sessão extra das 22h nos dois dias.
Marcelo Bittencourt
Pela primeira vez, um artista plástico criará uma obra ao vivo durante a mostra de variedades Mish Mash, numa espécie de performance em frente à plateia. Enquanto os ventríloquos, palhaços, mágicos, acrobatas, malabaristas e músicos se apresentam, Marcelo Bittencourt irá captar os acontecimentos do palco e as reações do público para, a partir deles, pintar uma grande tela. No quadro feito ao vivo ele usará nanquim, tinta spray, pinceis, canetas e técnica mista, durante os dois dias da mostra. O MishMash terá sessões dias 2, às 20h, e 3 de abril, às 18h, no Parkcultural (Shopping Barigüi). “Vou ter que correr para terminar, porque duas horas de show é pouco para criar”, contou à Gazeta do Povo.
O mesmo processo tem sido usado pelo artista em shows de bandas de Curitiba, num estilo que alia a arte urbana ao expressionismo.
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