Qual seria o último combate de todo homem? Se tem sorte, geralmente é a velhice e a aproximação da morte. O espetáculo “Vianinha conta o último combate do homem comum” mostra essa realidade, porém num contexto bastante marcado pelas relações familiares e sociais. A peça fica em cartaz no Guairinha de sexta-feira (12) a domingo.
O texto de Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), estreado nos anos 1970 como “Nossa Vida em Família” ou “Em Família”, foi remontada pelo diretor Aderbal Freire Filho, que decidiu homenagear com esse novo título o autor, lendário integrante do Teatro de Arena de São Paulo. O novo nome do espetáculo também rememora a série de peças “Arena conta...” (como em “Arena conta Tiradentes”).
Em sintonia com o trabalho que aquele grupo bastante politizado conduzia, a peça coloca em foco a classe média, trabalhadora. No enredo, um casal idoso, seu Souza e dona Lu, descobre que precisará sair de sua casa, e a família entra em polvorosa para decidir o que fazer com os anciãos. A solução a que eles chegam é bastante chocante, mas utiliza um certo exagero para chamar a atenção para a forma como o assunto é delicado – e comum em qualquer lar.
Com dez atores em cena representando a família do casal, que tem cinco filhos, surgem inúmeros pontos de vista e um grande debate. “Parece uma crítica à nova geração”, admite a atriz Vera Novello, que conversou com a Gazeta do Povo e interpreta dona Lu. “Mas os personagens são tão humanos, é tudo tão real, que as pessoas acabam se reconhecendo neles.”
A crítica socioeconômica está presente, já que o casal não consegue sobreviver de sua aposentadoria e sofre para se adequar à nova situação de dependência.
Guairinha (R. XV de Novembro, 71 – Centro), (41) 3304-7982. Dias 12 e 13 às 20h e 14 (com tradução em libras) às 19h. R$20 e R$10 (meia). Classificação indicativa: 14 anos. Mais informações no Guia.
Encenação
O trato que Aderbal dá a esse material adiciona “certa poesia” à cena, nas palavras de Vera. O cenário contribui para retirar a ideia de realismo, já que é composto de poucos móveis, e os atores permanecem no palco mesmo quando não estão em cena.
Um acréscimo do diretor foi convidar o ator Cadu Garcia para viver um clown que é um narrador e, em determinados momentos, faz alguns personagens.
“Ele comenta algumas falas, às vezes só com o olhar”, diz a atriz.
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