O teatro estava cheio e a expectativa era grande para a estréia de "Thom Pain Lady Grey", nova montagem da Sutil Companhia de Teatro, dirigida por Felipe Hirsch. O diretor bem que avisou que era pra ir dedicado para assistir à peça, uma das estréias do Festival de Teatro de Curitiba (FTC), na noite da última sexta-feira (23), no teatro da Reitoria. Com duas horas de duração e composta por dois solos, com os atores Guilherme Weber e Fernanda Farah, era de se esperar que na segunda parte do espetáculo o público ficasse mais inquieto. Foi o que aconteceu.
A montagem começa com a voz de Weber, ainda no escuro. Quando a luz se acende ele está no meio do palco e sai pouco dali, durante a cerca de uma hora em que fica em cena. Apesar de monótona, a atuação do ator, que demonstrou total domínio de cena e interagiu com a platéia, prendeu a atenção. Mas na segunda parte, o ritmo caiu. Apesar do esforço da atriz, em alguns momentos foi difícil ouvir o que ela dizia. O que mais se ouvia era o mexe-mexe do público inquieto, tentando se acomodar nas cadeiras de mola do teatro.
O espetáculo acabou ficando cansativo. Realmente é preciso ir dedicado. Mas vale a pena. O texto de Will Eno é leve, divertido, bem contemporâneo. Talvez a falta de ação em cena, uma opção do diretor, tenha sido o motivo que mais cansou o público. No fim da apresentação, que recebeu poucos aplausos, a sensação entre os espectadores era bem diferente do que se viu em outras participações da Sutil durante o FTC.
Apesar de cansativa ainda vale a pena conferir a última apresentação de "Thom Pain", na noite deste sábado (24). O texto é ótimo e Guilherme Weber está excelente.
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Serviço: "Thom Pain - Lady Grey". Sábado (24) às 20h30. Teatro da Reitoria (Rua XV de Novembro, 1299) R$ 26,00.
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