A Netflix alterou a sinopse do filme “Pocahontas” nos Estados Unidos após ser acusada de racismo no fórum online “Native Appropriation”, site que discute estereótipos envolvendo índios americanos.
“Uma índia americana deve casar com o melhor guerreiro do vilarejo, mas anseia por algo a mais - logo conhecendo o capitão John Smith”, descrevia o serviço de streaming na versão original.
Em seu texto no “Native Appropriation”, a escritora Adrienne Keene, que trouxe às críticas à tona, disse ter achado a sinopse “parecida com um pornô” e “nojenta”.
“Ela hiper-sexualiza o filme e posiciona a Pocahontas somente em relação a suas opções românticas, não como ser humano”, escreveu.
“Também quero explicitar a supremacia branca implícita nessa descrição: é claro que a Pocahontas não estaria contente com seus costumes nativos atrasados e seu homem nativo ela anseia por algo a mais. Spoiler: é um homem branco.”
Uma semana depois, Adrianne recebeu um e-mail do serviço de streaming, no qual ele admite a validade da reclamação e informa ter alterado a sinopse.
No catálogo americano da Netflix, o filme agora é descrito com “uma jovem índia americana tenta seguir seu coração e proteger sua tribo quando colonos chegam e ameaçam a terra que ela ama”.
A escritora se mostrou satisfeita. “Nada mal, hein? De um tuíte zangado a uma mudança real na descrição. Às vezes ainda me impressiono com o poder da internet.”
No Brasil, apenas “Pocahontas 2: Uma Jornada Para o Novo Mundo” faz parte do catálogo da Netflix.
Não foi a primeira acusação de racismo feita por índios americanos à plataforma de exibição digital. Em abril deste ano, cerca de uma dúzia de atores da minoria étnica abandonaram as gravações de “The Ridiculous Six”, filme de Adam Sandler produzido pela empresa, por considerá-lo ofensivo.
Na ocasião, um porta-voz do serviço de streaming disse ao site “Vulture”: “O filme é uma sátira dos faroestes e os estereótipos que popularizaram, com um elenco diverso que não somente faz parte, como também está ciente da piada”.
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