Via Dutra: bloqueio de caminhoneiros entra no terceiro dia

Com o protesto dos caminhoneiros em greve entrando no terceiro dia nesta terça-feira (31), a Via Dutra tem duas faixas interditadas em cada sentido na altura de Barra Mansa, Porto Real, Resende e na Serra das Araras

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Caminhoneiros interditam rodovias de seis Estados

Caminhoneiros em greve fazem protestos e interditam faixas das rodovias federais em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul na manhã desta terça-feira (31)

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No sétimo dia consecutivo de greve, caminhoneiros voltaram a fazer piquetes e manifestações em estradas do Paraná, nesta terça-feira (31). Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), às 11h40 já havia 25 pontos de bloqueio em rodovias que cruzam o estado: o maior número de interdições desde o início da paralisação. O endurecimento das manifestações ocorre em um dia decisivo para o movimento: a partir das 14 horas, representantes dos caminhoneiros se reúnem em Brasília com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para tentar chegar a um acordo.

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"Vamos levar a nossa pauta de reivindicações e ver qual a solução que encontramos neste momento, para que nós – caminhoneiros e governo – possamos nos ajudar", disse o líder do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) no Paraná, Neori Leobet.

A exemplo do que ocorreu nos outros dias de mobilização, os caminhoneiros estão mantendo piquetes em diversos pontos de estradas paranaenses, abordando caminhões e convocando os colegas a aderir à paralisação. Outros veículos – carros, motos, ônibus e ambulância, além da caminhões que transportam produtos perecíveis ou carga viva – são liberados. Apesar disso, segundo a PRE, tem havido lentidão por causa dos bloqueios.

Nesta manhã, os piquetes começaram às 7h30. Há bloqueios na PR-082, na altura do quilômetro 226, no município de Terra Boa; no quilômetro 04 da PR-473, em Três Barras; na PR-323, em Umuarama, na altura do quilômetro 303; na PR-182, em Toledo; na PR-151, entre Piraí do Sul e Castro; na PR-495, em Medianeira; na PR-170, no município de Pinhão.

Outras três rodovias estaduais têm pontos de interdição. No quilômetro 458 da PR-182, em Realeza, a manifestação provoca sete quilômetros de filas a partir do ponto do bloqueio. Segundo a PRE, cerca de 350 caminhões se mantêm no ponto. Na PR-471, quilômetro 222, em Nova Prata do Iguaçu, permanecem em torno de 70 caminhões e a fila é de 1,5 quilômetro. No quilômetro 437 da PR-180, em Dois Vizinhos, há congestionamento de dois quilômetros e 80 caminhões participam do piquete.

Outro ponto de bloqueio é registrado pela PRE, entre os quilômetros 177 e 180 da PRC-466, em Piganga. De acordo nota divulgada pelo subtenente Gherke, há cerca de 250 caminhões parados no pátio de um posto de combustíveis, às margens da pista.

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Rodovias federais

Os caminhoneiros também fazem piquetes em rodovias federais que cortam o estado. Na BR-277, há quatro pontos de interdição: no quilômetro 670, em Medianeira; no quilômetro 452, em Laranjeiras do Sul; no quilômetro 339, em Guarapuava, e no quilômetro 118, em Campo Largo.

Na BR-163, também há quatro bloqueios: no quilômetro 7, em Barracão, no quilômetro 42, em Pranchita; no quilômetro 64, em Pérola do Oeste; e no quilômetro 86, em Capanema.

Dois piquetes são feitos na BR-376: no quilômetro 231, em Apucarana e no quilômetro 323, em Mauá da Serra. Também há manifestações na BR-369, em Mamboré; na BR-467, em Toledo; na BR-158, em Peabiru e na BR-487, em Campo Mourão.

Reivindicações

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A mobilização é uma reação a pontos da chamada Lei do Caminhoneiro – em vigor desde junho deste ano – que limitou a jornada de trabalho a 10 horas para os contratados e a 12 horas para os autônomos. Outra exigência são intervalos de 30 minutos a cada 4 horas trabalhadas e um repouso ininterrupto de 11 horas a cada 24 horas.

Segundo Leobet, não há infraestrutura para que a norma seja cumprida. Isso porque, segundo ele, não há nas estradas pontos onde os veículos possam permanecer em segurança. "Não abrimos não da segurança. Não somos contra a carga-horária definida pela lei, mas o governo tem que disponibilizar estrutura para que a lei seja cumprida", disse.

A categoria também contesta pontos da Resolução 3658 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que acaba com a carta-frete e a informalidade na discriminação de custos da contratação de autônomos por parte das transportadoras. Os trabalhadores pedem a suspensão temporária da norma, até que o sistema eletrônico de pagamento seja estruturado.

Os caminhoneiros também reivindicam a criação do Fórum Nacional do Transporte, a suspensão imediata da fabricação dos bitrens (composições rodoviárias com nove eixos) e a criação de delegacias especializadas em combater roubos de cargas.

Morte

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Na segunda-feira (30), um caminhoneiro morreu durante um bloqueio realizado na BR-369, perto da cidade de Mamborê. Segundo a PRF, por volta das 15h30, o caminhoneiro Augostinho Daboite, de 44 anos, colocava um cone em frente a um ônibus que passava pelo bloqueio. O veículo teria tentado diminuir a velocidade, mas acabou atropelando o manifestante, que morreu. Neste terça-feira, Leobet lamentou a morte do colega, em nome do MUBC.

"Perdemos um herói, um valente caminhoneiro, um homem que estava lutando para dar um sustento pela sua família e que morreu lutando", declarou.