Moodys reduz OGX para C

A agência de classificação Moodys cortou o rating da OGX, empresa do empresário Eike Batista, para C, após a companhia ter feito o maior pedido recuperação judicial da história corporativa da América Latina, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira *(31). "Os ratings C da OGX refletem a expectativa da Moodys de fraca recuperação das notas sem garantias de ativos reais. Sob análises de diversos cenários de recuperação, a Moody´s espera que a recuperação seja inferior a 20 por cento no caso das notas sem garantias de ativos reais", disse a agência em comunicado.

A Moodys ponderou que "a OGX tem elevadas obrigações de dívidas em relação ao seu perfil atual de produção mínima". "A OGX tem o direito a diversas concessões offshore no Brasil, bem como terrestres na Colômbia (nenhuma delas está produzindo atualmente), mas seus valores permanecem altamente incertos, particularmente a capacidade de transformá-los em recursos de maneira oportuna", justificou a Moodys.

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As ações da companhia petrolífera brasileira OGX perdiam 30% no meio da jornada desta quinta-feira (31) na Bolsa de São Paulo, depois que a empresa anunciou um dia antes o pedido de Recuperação Judicial. Os negócios com os papéis da companhia petrolífera controlada pelo multimilionário Eike Batista foram suspensos temporariamente desde a abertura até a divulgação do comunicado em que a empresa confirmou que tinha solicitado sua Recuperação Judicial. Portanto, voltaram a ser negociadas as cotações das ações ordinárias da OGX, que caíram para R$ 0,13.

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As ações vinham se depreciando desde terça-feira (29), quando a companhia admitiu o fracasso nas negociações que antecipava há vários meses com os proprietários dos bônus emitidos no exterior por US$ 3,6 bilhões.

O valor dos títulos ordinários caiu 20,69% na terça-feira e 26,09% na quarta-feira, quando a empresa anunciou depois do fechamento do mercado sua opção por negociar com seus credores com a mediação da justiça.

A legislação brasileira prevê a suspensão das negociações das ações de uma empresa que pede Resolução Judicial, mas não estabelece um prazo fixo para esta paralisação. A direção da bolsa de São Paulo anunciou que os papéis podiam ser negociados desde quarta-feira, mas os excluiu do Ibovespa, o principal indicador do Bolsa de Valores brasileiro, assim como dos demais indicadores do pregão.

No final da jornada desta quinta-feira, a direção da bolsa paulista realizará um procedimento para definir o valor de retirada das ações da OGX dos diferentes índices de ações. Esse valor será usado para ajustar os índices, que a partir de sexta-feira não levarão em conta o valor da companhia petrolífera.

A OGX, empresa bandeira do grupo controlado por Eike Batista, decidiu solicitar Recuperação Judicial devido a seus graves problemas financeiros.

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O procedimento permite seguir operando enquanto negocia com seus credores com a mediação da justiça.

Além dos US$ 3,6 bilhões do valor dos bônus colocados no exterior, a empresa tem dívidas de US$ 1,5 bilhão com bancos e abastecedores. A companhia petrolífera foi criada em 2007 quando Batista, o então sétimo homem mais rico do mundo, se adjudicou direitos para explorar 21 áreas petrolíferas no Brasil.

A empresa abriu seu capital em junho de 2008 em uma operação que permitiu arrecadar R$ 6,7 bilhões para financiar seus planos de extração de petróleo no Atlântico. Os problemas financeiros surgiram no ano passado, quando a companhia admitiu que a produção de vários poços que já tem em operação é muito inferior à anunciada inicialmente.