A crise que avança sobre os mercados internacionais nesta segunda-feira (15) atinge fortemente a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Às 15h45, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, recuava 6,44%, para 49.020 pontos.

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Os mercados reagem à notícia de que o Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, pedirá concordata, após ver fracassadas as negociações para a venda no final de semana.

Nos Estados Unidos, as bolsas operam em forte baixa. Na Europa, o resultado do dia levou os mercados do continente ao pior patamar em dois meses. O indicador que reúne os principais mercados do continente teve baixa de 3,67% nesta segunda-feira.

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Na Ásia, o impacto foi menor porque as maiores bolsas - Japão, Hong Kong e Coréia do Sul – ficaram fechadas por causa de um feriado. Mas os mercados restantes fecharam no vermelho: Índia, 5,4%; Taiwan, 4,1%; Austrália, 2%; e Cingapura, 2,9%.

O Lehman Brothers informou, por meio de comunicado, que seu conselho de administração autorizou o pedido de concordata a fim de proteger seus ativos e maximizar seu valor. A decisão, embora já considerada inevitável, terá grandes conseqüências e pode provocar novas turbulências no sistema financeiro do país.

O banco anunciou que nenhuma de suas subsidiárias de corretagem de valores ou outras subsidiárias da holding serão incluídas no pedido de proteção do Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, e que todas vão continuar operando com normalidade.

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Quebra importante

Trata-se da quebra mais importante nos EUA desde 1990, quando o Drexler Burnham Lambert - especialista em "bônus lixo" - apresentou a mesma declaração.

O Lehman Brothers, que operava há 158 anos, se transforma no terceiro banco de investimento que desaparece ou muda de mãos em seis meses nos EUA. Em março, o Bear Stearns obrigou a intervenção do Departamento do Tesouro. Neste domingo (14), o Bank of America comprou o Merrill Lynch.

Venda fracassada

A quebra do Lehman era considerava certa depois que, no domingo, fracassaram as conversas entre as autoridades econômicas dos EUA e representantes das principais entidades financeiras para encontrar um comprador. A solução inicial, que incluía a venda de seus ativos rentáveis ao grupo britânico Barclays, foi abandonada depois que a instituição do Reino Unido renunciou, por causa da negativa do Tesouro dos EUA em dar respaldo financeiro à operação.

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O Lehman Brothers, cuja sede fica em Nova York, tem sedes regionais em Londres e Tóquio.

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