A Agência Internacional de Energia (AIE) voltou a reduzir a estimativa de produção de etanol no Brasil, em contraste com situação mais favorável nos Estados Unidos e na Europa, conforme relatório mensal divulgado nesta quinta-feira (12). Os motivos são as chuvas que afetaram a colheita na região centro-sul brasileira e os preços mais elevados do açúcar, que desestimulam a opção pelo combustível. A entidade agora prevê que a produção de etanol no Brasil somará 480 mil barris por dia (bpd) neste ano, uma redução de 25 mil bpd na comparação com a projeção anterior.

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A AIE também acredita que a alta dos preços do etanol no mercado interno irá prejudicar a demanda, já que a vantagem do desconto em relação à gasolina desapareceu em algumas áreas. Além disso, a perspectiva de novas usinas em operação também se retraiu. Como resultados desses fatores, a projeção para a produção de etanol em 2010 foi reduzida em 45 mil bpd, para 510 mil bpd. Dessa forma, a estimativa para a oferta global de etanol passou por leve ajuste, com corte de 5 mil bpd em 2009, para 1,6 milhão de bpd, e de 10 mil bpd, para 1,7 milhão de bpd em 2010.

A agência destaca, entretanto, condições mais positivas nos Estados Unidos e na Europa. Nos EUA, diz a entidade, os produtores se beneficiam de margens melhores, em decorrência da alta do preço do milho. A produção de agosto, que somou 727 mil bpd, significa que as usinas estão produzindo a 93% da capacidade, número bem melhor do que os 80% ou 85% registrados durante o primeiro semestre deste ano.

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A projeção de oferta dos EUA foi elevada em 10 mil bpd, para 685 mil bpd neste ano. Na Europa, os preços mais elevados do trigo estimulam a produção, cuja estimativa foi elevada em 10 mil bpd neste ano e em 15 mil bpd em 2010. Para a produção total de combustíveis pelo Brasil, a projeção da AIE é de 2,5 milhões de bpd em 2009, com alta de 2,7 milhões de bpd em 2010.

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