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Copom

Ao subir juros, BC diz que agiu de forma 'incisiva' contra inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que na semana passada efetuou a primeira elevação de juros em 19 meses, ao subir a taxa básica da economia para 9,5% ao ano, informou nesta quinta-feira (6), por meio da ata da reunião, que os riscos à concretização de um "cenário benigno" para a inflação levaram a instituição a adotar uma política de juros "incisiva".

"A despeito da reversão de parcela substancial dos estímulos introduzidos durante a recente crise financeira internacional, desde a última reunião, aumentaram os riscos à concretização de um cenário inflacionário benigno, no qual a inflação seguiria consistente com a trajetória das metas. À luz desse quadro, prevaleceu o entendimento entre os membros do Comitê de que competiria à política monetária [definição da taxa de juros] agir de forma incisiva para evitar que a maior incerteza detectada em horizontes mais curtos se propague para horizontes mais longos", informou a instituição.

Metas de inflação

O objetivo do BC ao subir os juros é conter pressões inflacionárias e buscar com que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que serve de referência para o sistema de metas de inflação, não suba muito. Para este ano, e para 2010, a meta central é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (pode ficar entre 2,5% e 6,5%).

Ao subir os juros, o BC atua para conter a demanda por produtos e serviços e, com isso, para tentar impedir o crescimento dos preços. Tanto a expectativa do mercado, quanto do BC, para a inflação deste ano já está acima de 5%.

O BC informou, na ata do Copom, que busca assegurar a convergência da inflação para a meta ainda em 2010. "A estratégia adotada pelo Copom visa assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas neste e nos próximos anos, o que exige que eventuais desvios em relação à trajetória de metas sejam prontamente corrigidos", informou.

Deterioração das expectativas de inflação

Na ata da última reunião, divulgada nesta quinta-feira, o BC confirma que as projeções de inflação para este ano mostraram "certa deterioração". "O Copom considera que essa deterioração deva ser contida e, para tanto, precisam ser revertidos os sinais de persistência do descompasso entre o ritmo de expansão da demanda e da oferta agregadas, que, em última instância, tendem a aumentar o risco para a dinâmica inflacionária", diz a nota. "Em tais circunstâncias, a postura de política monetária deve ser ajustada [elevação de juros], por um lado, porque contribui para a convergência entre o ritmo de expansão da demanda e oferta e, por outro, porque evita que pressões de preços originalmente isoladas determinem uma deterioração persistente do cenário prospectivo para a inflação", informou.

Ciclo de crescimento da economia

O Copom informou ainda considerar que a economia se encontra em "novo ciclo de expansão", fator que pode contribuir para o crescimento da inflação. "Os sinais de aquecimento da economia se manifestam, por exemplo, na trajetória dos núcleos de inflação, na elevação das expectativas de inflação, nos indícios de escassez de mão-de-obra em alguns segmentos e na elevação dos custos dos insumos", informou o BC, por meio da ata do Copom.

Os males da inflação

No documento, o BC lista uma série de consequências negativas de um eventual crescimento da inflação. Segundo a autoridade monetária, taxas de inflação elevadas "reduzem os investimentos e o potencial de crescimento da economia, além de terem efeitos regressivos sobre a distribuição de renda".

"De outra forma, taxas de inflação elevadas não trazem qualquer resultado duradouro em termos de crescimento da economia e do emprego, mas, em contrapartida, trazem prejuízos permanentes para essas variáveis no médio e no longo prazo", informou.

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