O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (4), durante seminário sobre os dez anos da Lei de Responsabilidade Fiscal, que a estabilidade econômica tende a gerar taxas de juros mais baixas no futuro. "Na medida que a dívida líquida cai e temos inflação na meta, temos trajetória de melhora no risco país. A taxa de juros tende a cair ao longo do tempo. Tem as subidas e descidas do ciclo monetário, mas a tendência ao longo do tempo é a queda", disse.
Na última semana o Banco Central decidiu por unanimidade aumentar a taxa básica de juros de 8,75% para 9,5% ao ano. A tendência, segundo analistas, é de que a alta continue nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Durante a palestra, Meirelles também elogiou a Lei de Responsabilidade Fiscal ao dizer que ela ajuda a reduzir a inflação, na medida em que evita "fontes inflacionárias de receita". Ele explicou que a lei regulamentou a regra constitucional que proíbe o financiamento direto do Banco Central ao Tesouro Nacional.
"Com a Lei de Responsabilidade Fiscal passou a haver uma correta separação monetária entre o Banco Central e o Tesouro. Atualmente temos a aprovação de um rigoroso regimento de metas para inflação e reservas internacionais para resistir e enfrentar crises internacionais. Temos a regulação monetária sobre uma única autoridade, o Banco Central, com responsabilidade definida", afirmou.
Segundo Meirelles, ao limitar a injeção de moeda do Banco Central ao Tesouro, a legislação controla a saída de recursos inflacionários. "A Lei de Responsabilidade Fiscal, além de toda a disciplina dos gastos públicos, ela disciplina também evitando fontes de receita inflacionária", disse.
Meirelles elencou ainda, durante a palestra, êxitos da política monetária brasileira, como o fato de o país ser credor externo, ter uma reserva internacional na faixa de US$ 247 bilhões e estar dentro das metas de inflação.