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Apenas Venezuela terá um desempenho econômico pior que o Brasil em 2016, diz instituto

A recessão no Brasil deve se aprofundar este ano e o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve encolher 4%, afirma o Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos e instituições financeiras do mundo, com sede em Washington. O desempenho do Brasil este ano só deve perder na economia mundial para a Venezuela, que deve ter contração de 10%, de acordo com relatório do IIF. A Rússia, outro país em recessão, deve encolher 1,5%.

“Com a presidente Dilma Rousseff lutando pela sobrevivência, duvidamos da capacidade do atual governo conseguir uma reviravolta”, afirma o economista do IIF para América Latina, Ramón Aracena, no relatório. “A economia permanece imersa em uma profunda e prolongada recessão”, afirma o IIF. Reconquistar a confiança de empresários e consumidores é uma precondição para conseguir melhorar a atividade, ressalta ele.

A melhora dos níveis de confiança, que estão em patamares historicamente baixos, vai precisar de uma correção coerente na política macroeconômica e avanços em reformas de longo prazo que vêm sendo há anos adiadas, como a reforma da Previdência e a tributária. Mas, em meio ao processo de impeachment e às dificuldades do Planalto no Congresso, o IIF não vê a capacidade de Dilma mudar a economia.

Incertezas

“A severa crise política no Brasil tem levado a um conjunto de políticas crescentemente inconsistentes”, afirma Aracena no relatório. O IIF cita que as incertezas sobre os rumos da política econômica brasileira têm ajudado a impedir uma melhora da confiança dos agentes.

O relatório menciona como exemplo a decisão do Banco Central em janeiro de não aumentar os juros, contrariando as expectativas do mercado financeiro e o que a própria autoridade monetária havia sinalizado anteriormente. “O aumento da incerteza sobre a direção política minou a confiança, tornando uma reviravolta da economia ainda mais difícil.”

Neste cenário, após a recessão este ano, o IIF projeta apenas uma melhora modesta em 2017, com o PIB voltando a crescer, mas devendo mostrar expansão de apenas 0,5%. A previsão do IIF é que o déficit nominal do setor público, que superou os 10% em 2015, siga nesse patamar em 2016. Para a Selic, a previsão é de estabilidade da taxa, em 14,25% em 2016, com o juro voltando a cair no primeiro trimestre de 2017, para 13,75%.

No câmbio, o IIF estima nova piora do real. A previsão é que o dólar deve chegar a R$ 4,60 no final deste ano e a R$ 5,00 em dezembro de 2017. A inflação ao consumidor deve ficar em 7,4% este ano e 6,2% em 2017.

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