O governo da presidente Cristina Kirchner anunciará nesta terça-feira (21) o fim do sistema atual de aposentadorias privadas. Com isso, o sistema passará, de novo, a ser totalmente estatal. O motivo da medida é que as AFJPs, sigla que denomina os fundos de pensão - que têm quase 70% dos recursos investidos em títulos da dívida e ações - apresentaram uma queda média de 40%, desde o início de 2008, em seus ativos financeiros.

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A medida tem duas faces. Por um lado, salvará os aposentados do eventual colapso dos fundos de pensão na Argentina. O governo argumenta que, por causa da crise internacional e seus efeitos nas AFJPs, o Estado inevitavelmente teria de socorrer os aposentados. Mas, por outro, dará ao governo de Cristina - que estava começando a ter graves problemas de financiamento - o acesso a uma nova fonte de recursos. "Isso aí não é para ajudar os aposentados. É para conseguir dinheiro para a caixa do kirchnerismo", atacou uma das líderes da oposição, Elisa Carrió, da Coalizão Cívica. No entanto, as duas principais centrais sindicais comemoraram a decisão.

Informações preliminares indicavam na segunda-feira (20) à noite que o governo permitiria que as AFJPs continuassem a existir. Mas os trabalhadores poderiam optar pelas AFJPs como complemento às aposentadorias estatais, tal como no Brasil e em grande parte da Europa. Atualmente, existem 5 milhões de afiliados às AFJPs, enquanto 3,5 milhões dependem do sistema estatal.

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