A greve dos trabalhadores que fazem a segurança de carros-fortes em todo o Paraná, iniciada na segunda-feira (2), pode ser encerrada ainda nesta sexta-feira (6), caso haja acordo entre a categoria e o Sindicato das Empresas de Transportes de Valores do Estado do Paraná. Uma reunião de conciliação entre as duas partes acontece desde as 10 horas, no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), em Curitiba.

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De acordo com o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João Soares, caso a entidade patronal reveja a última proposta feita aos trabalhadores e faça uma oferta que a categoria considere satisfatória, a paralisação será encerrada imediatamente. Os vigilantes pedem a reposição da inflação referente a 2008, em torno de 7%, mais um aumento real de 5%. A última proposta feita pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Valores do Estado do Paraná foi de um aumento de 5,5%, além de um acordo coletivo que prevê um reajuste equivalente à inflação para a próxima data-base.

"Não é necessário que a nova proposta dos empresários chegue ao que pedimos, desde que seja, no mínimo, aceitável", diz o sindicalista. Segundo o presidente do sindicato patronal, Gerson Benedito Pires, a proposta de 5,5% foi definida no fim do ano passado, quando ainda era discutido em quanto ficaria o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado como base para o reajuste. Ele conta que aguardará uma sugestão do juiz para negociar com os vigilantes, e que não chegará com uma nova proposta para a audiência.

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Desde a quarta-feira (4), um interdito proibitório expedido pela 1ª Vara do Trabalho de Curitibadetermina que os grevistas permitam a saída de três veículos de cada uma das cinco empresas que operam na cidade. Com a decisão, as empresas de transporte de valores esperavam amenizar o problema do desabastecimento dos caixas eletrônicos de Curitiba, prejudicado desde a segunda-feira. Mas a solução durou apenas um dia. Os carros-fortes deixaram de abastecer as agências bancárias novamente na quinta-feira (5) depois que, por determinação do governador Roberto Requião, as equipes da Polícia Militar (PM) que acompanhavam os veículos abandonaram o serviço de escolta do transporte de valores. Para garantir a segurança dos trabalhadores, as empresas decidiram recolher os carros-fortes para as garagens.

Vigilantes bancários

Embora o transporte de dinheiro para unidades bancárias não esteja sendo realizado, todas as agências de Curitiba e região estão abertas normalmente para o atendimento ao público a desde a quinta-feira (5). Os vigilantes que fazem a segurança em agências bancárias decidiram, na quarta-feira (4), suspender a paralisação da categoria, depois que aceitaram, em assembleia, a proposta de reajuste de 10% feita pelo TRT em audiência de conciliação.

Em nova reunião conciliatória, na quinta-feira (5), o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná (Sindesp-PR), negou o acordo. Mesmo assim, os vigilantes informaram que não pretendem retomar a paralisação por enquanto. Segundo o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João Soares, os trabalhadores vão esperar o julgamento do Dissídio Coletivo para depois discutir novos rumos para o movimento.

Na tentativa de acordo, o desembargador do trabalho propôs reajuste de 10%, incidentes sobre o piso salarial e o vale alimentação, além de reajuste do adicional de risco, que passaria dos atuais 7,5% para 10% sobre o piso já reajustado. A proposta chega bem próximo dos 12% reivindicado pelos trabalhadores, sendo 7% de reposição da inflação e mais um aumento real de 5%.

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De acordo com o TRT, o Sindesp-PR afirmou que 70% das empresas associadas alegaram não poder pagar o valor proposto, em virtude da crise econômica mundial. O sindicato das empresas usou o acordo feito em Goiás para rejeitar a proposta. Naquele estado, a categoria aceitou reajuste de 6,48%. Para o sindicato dos trabalhadores, a realidade econômica em Goiás é diferente do Paraná e por isso não serve de base para análise.

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