Terminou sem acordo a segunda audiência de conciliação entre as empresas de segurança privada do Paraná e representantes dos vigilantes realizada no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) na tarde desta quinta-feira (5). O sindicato patronal recusou a proposta de 10% de reajuste feito pelo desembargador Luiz Eduardo Gunther na primeira reunião na quarta-feira (4). O índice agora deve ser definido em Dissídio Coletivo, previsto para ser julgado até 2 de março.
Os vigilantes que fazem a segurança em agências bancárias haviam aceitado, ainda na quarta-feira, o a proposta de reajuste. Os trabalhadores decidiram encerrar temporariamente a greve da categoria , iniciada na segunda-feira (2) e esperar o posicionamento dos patrões.
Mesmo com a negativa do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná (Sindesp-PR) , os vigilantes não pretender retomar a paralisação imediatamente. Segundo o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana , João Soares, os trabalhadores vão esperar o julgamento do Dissídio Coletivo para depois discutir novos rumos para o movimento.
Na tentativa de acordo, o desembargador do trabalho propôs reajuste de 10%, incidentes sobre o piso salarial e o vale alimentação, além de reajuste do adicional de risco, que passaria dos atuais 7,5% para 10% sobre o piso já reajustado. A proposta chega bem próximo dos 12% reivindicado pelos trabalhadores, sendo 7% de reposição da inflação e mais um aumento real de 5%.
De acordo com o TRT, o Sindesp-PR afirmou que 70% das empresas associadas alegaram não poder pagar o valor proposto, em virtude da crise econômica mundial. O sindicato das empresas usou o acordo feito em Goiás para rejeitar a proposta. Naquele estado, a categoria aceitou reajuste de 6,48%. Para o sindicato dos trabalhadores, a realidade econômica em Goiás é diferente do Paraná e que por isso não serve de base para análise.
Carros-forte
Os trabalhadores que fazem a segurança de carros-forte continuam em greve. A audiência de conciliação está marcada para as 10 horas desta sexta-feira (6) entre a categoria e o Sindicato das Empresas de Transportes de Valores do Estado do Paraná. Os vigilantes pedem a reposição da inflação, em torno de 7%, mais um aumento real de 5%.
A última oferta feita pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Valores do Estado do Paraná foi de um aumento de 5,5%, além de um acordo coletivo que prevê um reajuste equivalente à inflação também para a próxima data-base. "Não tem como aceitar uma proposta dessas, se eles não cobrem nem a inflação", diz Soares.
Os carros-forte que circularam por Curitiba na quarta-feira (4) autorizados a furar os piquetes dos trabalhadores em greve por meio de decisão judicial, deixaram de abastecer as agências bancárias nesta quinta-feira (5). Por determinação do governador Roberto Requião, as equipes da Polícia Militar (PM) que acompanhavam os veículos tiveram de voltar para os batalhões, abandonando o serviço de escolta do transporte de valores. Para garantir a segurança dos trabalhadores, as empresas decidiram recolher os carros-forte para as garagens.
Desde a quarta-feira (4), um interdito proibitório expedido pela 1ª Vara do Trabalho de Curitiba determina que os grevistas permitam a saída de três veículos de cada uma das cinco empresas que operam na cidade. Com isso, as empresas esperavam amenizar o problema do desabastecimento dos caixas eletrônicos de Curitiba, que está prejudicado desde a segunda-feira.
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