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Paralisação

Bancários definem à tarde se aceitam nova proposta da Fenaban

Representantes dos sindicatos de bancários de todo o país se reúnem novamente com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) nesta sexta-feira (17) para discutir um possível acordo que dê fim à greve dos trabalhadores, iniciada no dia 8. Uma nova proposta será apresentada aos bancários, que, na quinta-feira (16), rejeitaram a oferta anterior feita pela entidade e decidiram manter a greve por tempo indeterminado.

A proposta rejeitada pelos bancários oferecia dois índices para reajuste. Para os trabalhadores que têm salários até R$ 1,5 mil, o reajuste seria de 9%. Para quem recebe acima deste valor, o índice ficaria em 7,5%. Os bancários reivindicam aumento salarial de 13%, sendo 8% de perdas com inflação e 5% de aumento real. Eles também pedem mais investimentos dos bancos em segurança nas agências e imediações, mais contratações, aumento na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), dentre outras reivindicações.

Sônia Boz, diretora de imprensa do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, aguarda o fim do encontro desta sexta para opinar a respeito a continuidade da paralisação. "É lógico que existe flexibilidade por nossa parte, mas dentro de uma margem de negociação", diz. Os trabalhadores realizam assembléias em todo o país ainda nesta sexta para decidir se mantêm ou não os braços cruzados. Em Curitiba, a votação acontece a partir das 18h.

Procurada pela reportagem, a Fenaban informa apenas que está em negociação com os bancários, sem adiantar os valores da nova proposta. A entidade não possui nenhuma estimativa de prejuízos causados aos bancos durante o período de greve.

Paralisação

Nesta sexta-feira (17), décimo dia de paralisação (oitavo dia útil), das 329 agências de Curitiba e região metropolitana, 171 fecharam as portas, segundo o sindicato dos bancários. Ao todo, são 73 unidades de instituições privadas, 52 do Banco do Brasil e 46 da Caixa Econômica Federal.

Além das agências, os 11 centros administrativos dos bancos HSBC, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil também continuam com os trabalhos parados.

Na quinta-feira (16), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) suspendeu a decisão da Justiça do Trabalho que vetava o fechamento das agências do Bradesco em Curitiba e região metropolitana. Assim, nesta sexta-feira, 54 unidades do banco foram fechadas pelos grevistas na capital.

O sindicato informa ainda que as agências dos bancos Itaú e Santander estão abertas, pois a Justiça determinou que os funcionários de ambas empresas estão proibidos de interromper suas atividades. Caso haja paralisação das atividades no Itaú, o sindicato deve pagar multa diária de R$ 200 mil por agência, segundo os trabalhadores. Para o Santander, a assessoria jurídica do sindicato não divulgou o teor da decisão.

Contas e pagamentos

O sindicato dos bancários explica que cheques continuam sendo compensados por 30% de funcionários que trabalham nos bancos. Esse é o porcentual mínimo exigido por lei para greves. Saques e pagamentos podem ser feitos nos caixas do auto-atendimento. Depósitos em dinheiro e cheque, no entanto, não estão sendo feitos em nenhum banco, pois não há funcionários para recolher os envelopes de depósito no fim do dia.

A compensação de cheques é um serviço essencial e não deixou de ser feito, informou o sindicato. As pessoas devem ir às agências em funcionamento e falar direto com um gerente ou tesoureiro para realizar o serviço. O sindicato ainda confirmou que, caso o cheque já esteja na praça, ele não ficará parado e será descontado. Para contas, impostos e títulos, o cidadão deve verificar se há a possibilidade de pagamento em qualquer banco. Além disso, pode-se utilizar o código de barras das contas e efetuar os pagamentos em caixas de auto-atendimento. Caso nenhuma dessas opções sejam úteis, ainda há as casas lotéricas que realizam grande parte de pagamentos.

Casas lotéricas

Com a greve dos bancários, aumentou bastante a procura de serviços bancários nas casas lotéricas, por conta dos convênios com a Caixa Econômica Federal (CEF) e com o Banco do Brasil. Na segunda-feira (13), porém, houve uma pane nacional no sistema da CEF, que deixou sem atendimento as casas lotéricas. O atendimento voltou ao normal no mesmo dia.

As lotéricas fazem grande parte dos serviços bancários, como recebimento de boletos de qualquer banco, inclusive impostos (exceto IPVA parcelado e guias GR e DARF) até o valor de R$ 500. Ainda nas lotéricas, correntistas da Caixa podem pagar contas do banco até o valor de R$ 2 mil, sacar até R$ 1 mil e depositar até R$ 500, mas somente em dinheiro; enquanto clientes do Banco do Brasil podem sacar até R$ 200 e também depositar até R$ 500 em dinheiro.

Nas agências dos Correios, qualquer pessoa pode pagar tributos federais e estaduais, faturas e títulos, contas de água, luz e telefone e boletos de qualquer banco dentro do vencimento. Correntistas do Bradesco (parceiro atual do Banco Postal) podem sacar até R$ 600 por dia e fazer depósitos.

Os funcionários dos Correios, que ameaçavam entrar em greve, decidiram, na noite de terça-feira (14), dar mais tempo para o governo negociar uma proposta de reajuste salarial. Se entrassem em greve, o atendimento nos Correios também seria prejudicado.

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