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Paralisação

Bancários discutem novo acordo com Fenaban; greve continua em Curitiba

Desde as 11h desta segunda-feira (20), uma nova reunião entre bancários de todo o país e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) discute, em São Paulo, um possível acordo que dê fim à paralisação dos trabalhadores, iniciada no dia 8. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, neste décimo terceiro dia de greve, a mobilização se mantém firme, com o objetivo de pressionar as negociações.

Na sexta-feira, houve encontro entre as duas partes, mas não se chegou a nenhum acordo e os bancários decidiram manter a greve por tempo indeterminado. A última proposta apresentada pela entidade patronal, na quinta-feira (16), não foi aceita pelos grevistas.

Nesta segunda-feira, décimo terceiro dia de paralisação (nono dia útil), das 329 agências de Curitiba e região metropolitana, 154 fecharam as portas, segundo o sindicato dos bancários. Ao todo, são 55 unidades de instituições privadas, 53 do Banco do Brasil e 46 da Caixa Econômica Federal.

Além das agências, 12 centros administrativos dos bancos HSBC, Caixa, Banco do Brasil e Bradesco também continuam com os trabalhos parados.

Sônia Boz, diretora de imprensa do sindicato, afirma, no entanto, que o movimento grevista é sólido e há expectativa de aumento na adesão das agências, já que, segundo ela, os dois interditos proibitórios que impedem os funcionários do Itaú e do Santander de cruzar os braços podem ser suspensos ainda nesta segunda. "Entramos com recurso contra a decisão no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e esperamos que, como aconteceu com o Bradesco, a Justiça libere a greve para os trabalhadores destes bancos", diz.

Na sexta-feira, décimo dia de paralisação (oitavo dia útil), das 329 agências de Curitiba e região metropolitana, 171 fecharam as portas, segundo o sindicato. Ao todo, foram 73 unidades de instituições privadas, 52 do Banco do Brasil e 46 da Caixa Econômica Federal que deixaram de funcionar.

Procurada pela reportagem, a Fenaban informa apenas que está em negociação com os bancários, sem adiantar uma possível nova proposta. A entidade não possui nenhuma estimativa de prejuízos causados aos bancos durante o período de greve.

Reivindicações

A última proposta rejeitada pelos trabalhadores, na quinta-feira, previa dois índices diferentes para reajuste. Para os trabalhadores que têm salários até R$ 1,5 mil, o reajuste seria de 9%. Para quem recebe acima deste valor, o índice ficaria em 7,5%.

Os bancários reivindicam aumento salarial de 13%, sendo 8% de perdas com inflação e 5% de aumento real. Eles também pedem mais investimentos dos bancos em segurança nas agências e imediações, mais contratações, aumento na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), dentre outras reivindicações.

Depois de finalizada a reunião desta segunda-feira, os trabalhadores realizam assembléias em todo o país para decidir se mantêm ou não os braços cruzados. Em Curitiba, a votação acontece a partir das 18h.

Contas e pagamentos

O sindicato dos bancários explica que cheques continuam sendo compensados por 30% de funcionários que trabalham nos bancos. Esse é o porcentual mínimo exigido por lei para greves. Saques e pagamentos podem ser feitos nos caixas do auto-atendimento. Depósitos em dinheiro e cheque, no entanto, não estão sendo feitos em nenhum banco, pois não há funcionários para recolher os envelopes de depósito no fim do dia.

A compensação de cheques é um serviço essencial e não deixou de ser feito, informou o sindicato. As pessoas devem ir às agências em funcionamento e falar direto com um gerente ou tesoureiro para realizar o serviço. O sindicato ainda confirmou que, caso o cheque já esteja na praça, ele não ficará parado e será descontado. Para contas, impostos e títulos, o cidadão deve verificar se há a possibilidade de pagamento em qualquer banco. Além disso, pode-se utilizar o código de barras das contas e efetuar os pagamentos em caixas de auto-atendimento. Caso nenhuma dessas opções sejam úteis, ainda há as casas lotéricas que realizam grande parte de pagamentos.

Casas lotéricas

Com a greve dos bancários, aumentou bastante a procura de serviços bancários nas casas lotéricas, por conta dos convênios com a Caixa Econômica Federal (CEF) e com o Banco do Brasil. Na segunda-feira passada (13), porém, houve uma pane nacional no sistema da CEF, que deixou sem atendimento as casas lotéricas. O atendimento voltou ao normal no mesmo dia.

As lotéricas fazem grande parte dos serviços bancários, como recebimento de boletos de qualquer banco, inclusive impostos (exceto IPVA parcelado e guias GR e DARF) até o valor de R$ 500. Ainda nas lotéricas, correntistas da Caixa podem pagar contas do banco até o valor de R$ 2 mil, sacar até R$ 1 mil e depositar até R$ 500, mas somente em dinheiro; enquanto clientes do Banco do Brasil podem sacar até R$ 200 e também depositar até R$ 500 em dinheiro.

Nas agências dos Correios, qualquer pessoa pode pagar tributos federais e estaduais, faturas e títulos, contas de água, luz e telefone e boletos de qualquer banco dentro do vencimento. Correntistas do Bradesco (parceiro atual do Banco Postal) podem sacar até R$ 600 por dia e fazer depósitos.

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