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Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central: juros ficarão altos pelo tempo que for necessário. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central: juros ficarão altos pelo tempo que for necessário.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No dia em que o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi confirmado no Senado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano. A decisão dos diretores da instituição, mais uma vez unânime, foi a nona consecutiva pela manutenção dos juros básicos. A diferença é que, agora, o BC listou claramente no comunicado após a decisão fatores necessários para “maior confiança no alcance das metas para a inflação” e, no limite, para um corte de juros.

Entre esses fatores, o BC citou a necessidade de que a alta dos preços dos alimentos “seja limitada”. Este foi um dos motivos que levaram à manutenção dos juros em patamar elevado. Apontou também que os itens que compõem o IPCA - o índice oficial de inflação - mais sensíveis à política de juros precisam começar a ceder, indicando “desinflação em velocidade adequada”.

Um terceiro fator destacado pelo BC como requisito para o início do processo de corte de juros está ligado à questão fiscal: “Que ocorra redução da incerteza sobre a aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia, incluindo a composição das medidas de ajuste fiscal, e seus respectivos impactos sobre a inflação”.

Na prática, com a definição do cenário político, após a posse de Michel Temer na Presidência, o BC deixa claro que observará a pressão dos alimentos sobre os preços e o ritmo da queda inflacionária, mas também o quanto o ajuste fiscal avançará. No fim do comunicado, o Copom destacou que “avaliará a evolução da combinação desses fatores”.

A frase do encontro anterior, de julho, em que o BC citava “não haver espaço para flexibilização da política monetária” - ou seja, corte de juros -, foi retirada do comunicado de quarta-feira, 31.

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