O Banco Central voltará a realizar nesta quarta-feira (5) mais uma operação de empréstimo de dólares para o mercado financeiro financiar as operações do comércio exterior brasileiro, segundo informou nesta terça-feira (4) o presidente da instituição, Henrique Meirelles.
O montante de divisas que serão ofertadas ao mercado financeiro ainda não foi informado. Até o momento, uma operação desta natureza já foi realizada, quando foram emprestados US$ 1,62 bilhão.
"A operação é muito importante porque visa regularizar os financiamentos para exportação. Para prover ao sistema financeiro nacional a liquidez em moeda estrangeira que foi restringida pelos problemas do mercado interncional de financiamento. Faz parte do conjunto de medidas que estão sendo adotadas visando preservar a economia brasileira dos efeitos mais importante das restrições de mercado para financiamento externo", disse Meirelles a jornalistas.
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Mário Torós, informou que as linhas de crédito para exportações tiveram uma queda "bastante grande" após o agravamento da crise financeira, em meados de setembro. Entretanto, acrescentou que já houve uma melhora desde então. "Atualmente, estão em 50% a 60% de uma situação normal, o que é muito bom, dado o cenário internacional", disse ele.
Torós explicou que este leilão difere do primeiro e único evento para o comércio exterior, no qual foi vendido US$ 1,62 bilhão, realizado em 20 de outubro. Naquele leilão, disse ele, a garantia foram os global bonds - títulos da dívida externa brasileira emitidos pelo Tesouro Nacional no passado.
Nesta nova operação, que será realizada na quarta-feira, o leilão ocorrerá em duas etapas. Na primeira delas, a autoridade monetária realizará um leilão de venda de dólares ao mercado, com compromisso futuro de recompra. Neste caso, a garantia será os reais recebidos. Esse primeiro leilão, a ser realizado na quarta, terá duração de 30 dias - após os quais os dólares serão devolvidos ao BC.
Com estes dólares em caixa, as instituições financeiras poderão fechar contratos de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), e de Adiantamento de Cambiais Entregues (ACE) - ambas para financiar as exportações. Essas operações de ACC's e ACE's, por sua vez, servirão de garantia para um segundo empréstimo em moeda estrangeira, este por um prazo adicional de 150 dias.
Deste modo, o que não for emprestado em ACC e ACE, da primeira etapa do leilão, deverá retornar ao BC após 30 dias. Segundo Torós, este formato de leilão resultará em um acesso maior aos empréstimos por bancos de pequeno e médio portes, que não tinham em sua carteira os global bonds - utilizados como garantia na venda realizada em 20 de outubro.