O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta segunda-feira (10) a aprovação de financiamento de R$ 1,42 bilhão para a subsidiária brasileira da mineradora multinacional Anglo American investir em níquel. "O projeto da Anglo American equivale à produção brasileira atual de níquel. Mas, há outros em desenvolvimento, e daqui a três anos, a produção de níquel do Brasil será mais que o dobro da atual", disse o gerente de Insumos Básicos do BNDES, José Guilherme Cardoso.
Os recursos correspondem a 46,4% de investimentos totais de R$ 3,1 bilhões da Anglo American Brasil, na expansão da produção da mina de níquel de Barro Alto, em Goiás, e na implantação de uma unidade industrial, no mesmo local, para o processamento de 36 mil toneladas anuais de níquel contido em ferro-níquel por 26 anos.
Segundo o BNDES, a produção mundial de níquel, do qual é feito o aço inoxidável, é de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas/ano, sendo o Brasil o sétimo maior produtor com o processamento, em 2007, de 37 mil toneladas.
"Com a aprovação de Barro Alto, a empresa deu um importante passo para se tornar um dos grandes produtores de níquel no mundo", disse o presidente da Anglo American Brasil, Walter De Simoni, no lançamento da Pedra Fundamental no local, em maio deste ano.
A produção industrial deve começar no primeiro trimestre de 2010 e atingir a plena capacidade em 2011. A empresa prevê que o empreendimento gerará mais de 4.000 empregos diretos durante a construção e aproximadamente 780 novos postos de trabalho na operação.
Com a expansão, a produção da mina de Barro Alto passará a lavrar três milhões de toneladas por ano de minério. Uma parte será processada em Niquelândia (GO) e outra será beneficiada em Barro Alto. A mina em questão está localizada a cerca de 170 km a noroeste de Brasília e a 150 km da operação de ferro-níquel da Anglo American-Codemin, em Niquelândia.
Apesar do grande porte do projeto, Cardoso não soube dizer se esse é o maior financiamento já aprovado pelo BNDES para o níquel. De acordo com ele, o projeto da Vale para Onça Puma, em Ourilândia, no Pará, é o maior para o minério no momento e não tem financiamento do BNDES "ainda". De acordo com ele, em projetos desse porte, "a gente nunca sabe se vai ter (financiamento do BNDES)"