Pelo terceiro mês consecutivo, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) ficou na lanterna do ranking dos investimentos. Em junho, o principal índice da bolsa perdeu 3,35%. O ouro ficou no topo da listagem com valorização de 2,92%, também pela terceira vez seguida. A repetição, dizem especialistas, é por conta do aumento de aversão ao risco, sobretudo nos investidores estrangeiros, ocasionada pelas turbulências econômicas mais recentes. No ano, o Ibovespa acumula queda de 11,16%. O ouro, soma alta de 19,52%

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"Ouro é investimento seguro e vai bem porque há incerteza sobre os desdobramentos dos problemas europeus. A bolsa é o outro lado da moeda: há risco e as incertezas afastam os investidores", explica Marcelo Guterman, professor de finanças do Insper.

O cenário de queda na bolsa reforça, na opinião de especialistas, que as ações devem ser encaradas como investimento de longo prazo. "Cinco anos, no mínimo", diz o educador financeiro Mauro Calil. Para quem se enquadra nesse perfil, a desaceleração do Ibovespa configura bom momento para entrar ou ampliar o valor investido na bolsa. "É hora de começar a fazer compras gradativas, conforme os preços continuem a se depreciar", sugere Fábio Colombo, administrador de investimentos

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Na segunda posição do ranking de junho estão os títulos indexados ao IGP-M, com rentabilidade de 0,85% no mês e de 5,68% no ano. Especialistas recomendam a modalidade para diversificação de portfólio.

Renda fixa

Os investimentos de menor risco, como os fundos de renda fixa e os DI, tiveram rendimentos de 0,71% e 0,63%, respectivamente, em junho. Esse tipo de aplicação não é impactado pela turbulência internacional, mas pelo comportamento da taxa básica de juros (Selic), definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). "Quanto mais alta a taxa, melhor a rentabilidade dessas modalidades", afirma Rogério Bastos, da consultoria FinPlan.

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