A bolsa de valores de São Paulo fechou 2009 com um quinto pregão consecutivo de alta e acumulando valorização de 82,7 por cento sobre 2008. O ganho ocorreu após a retomada da economia a partir de meados do ano que incentivou forte entrada de recursos de investidores internacionais.

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O principal índice acionário do país, o Ibovespa, fechou a sessão desta quarta-feira a 68.588 pontos, com valorização de 0,43 por cento, em meio a um cenário de realização de lucros em praças dos Estados Unidos, Europa e Ásia.

O encerramento ficou em linha com pesquisa da Reuters realizada em meados deste mês com analistas, que previa fechamento do Ibovespa em 68.500 pontos. No mês de dezembro, o índice registrou valorização de 2,3 por cento.

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O volume financeiro de negócios da sessão, que minutos antes do fechamento estava em 2,5 bilhões de reais, saltou nos ajustes após o encerramento para 4,9 bilhões de reais. Apesar disso, ficou ainda abaixo dos 6 bilhões de reais diários registrados normalmente.

Um ano antes, o Ibovespa havia encerrado a 37.550 pontos, acumulando perda de 41,2 por cento, na pior performance anual desde 1972.

Operando no vermelho a maior parte do dia, o Ibovespa chegou a perder o patamar de 68 mil pontos que havia sido retomado após a sequência quatro pregões consecutivos de altas, mas encontrou forças para avançar puxado pelo setor bancário.

Banco do Brasil subiu 2,6 por cento, enquanto Bradesco e Itaú Unibanco avançaram 0,2 por cento cada.

O indicador, que deve ampliar o rali deste ano em 2010 e alcançar o patamar dos 80 mil pontos, segundo a pesquisa da Reuters, operou toda a sessão com fraco volume financeiro, diante do fechamento de posições de investidores internacionais a partir da semana do Natal.

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Sem garantias

Segundo o gerente da mesa de operações para pessoas físicas da corretora Link Investimentos, Mauricio Gallego, apesar do Ibovespa ter cravado cinco sessões seguidas de alta com o fechamento desta quarta-feira (30), isso não é o suficiente para indicar um início de ano forte em 2010.

"Os últimos pregões foram de baixíssimo volume e sem tendências claras, o que não dá para indicar um mês de janeiro forte. Vão ser precisos novos indicadores da economia daqui e de lá de fora", afirmou Gallego.

A Link projeta um Ibovespa a 85 mil pontos ao final de 2010, mas o avanço não será linear. "Vai haver alguns percalços no meio do caminho, teremos um ano eleitoral, aumento de taxa de juros", acrescentou.

A bolsa de São Paulo, que no primeiro semestre apresentou uma performance lenta e instável diante dos efeitos da crise financeira internacional, engrenou uma retomada no segundo semestre, saltando de um patamar ao redor de 50 mil pontos em julho para quase 70 mil pontos em dezembro.

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A valorização fez do investimento no mercado brasileiro a melhor aposta acionária global de 2009, um ano após o auge da crise financeira, segundo dados da Reuters.

Segundo a consultoria Economática, o valor de mercado de 304 empresas brasileiras de capital aberto em 2009 cresceu 129,6 por cento, para 1,22 trilhão de dólares. Somente o setor bancário, o mais representativo do mercado brasileiro e formado por 23 instituições, teve um crescimento de 125,9 por cento, para 259,6 bilhões de dólares até a segunda-feira.

Enquanto isso, segundo a consultoria, o valor de mercado de 704 empresas de capital aberto latino-americanas teve expansão de 94,7 por cento no mesmo período. As empresas brasileiras compõem cerca de 60 por cento do valor desse grupo.

"Quem desalavancou por receio do risco (entre o final de 2008 e início de 2009) pode ter se machucado, mas quem teve paciência aprendeu muito" com a retomada do mercado acionário, disse Gallego.

Destaques

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No último pregão de 2009, os destaques de alta foram as ações que estão fora do Ibovespa. Laep, controladora da Parmalat no Brasil, disparou 16 por cento com grande volume de negócios, e a petrolífera de Eike Batista, OGX, que avançou 1,2 por cento, também com grande movimentação financeira.

Ambos os papeis, segundo Gallego, ficaram atrás, em volume, apenas dos pesos-pesados do Ibovespa, Petrobras e Vale, que fecharam em baixa.

Na ponta positiva do Ibovespa, a Net fechou com valorização de 4,8 por cento, a 24 reais, enquanto as preferenciais da elétrica Celesc ficaram no extremo negativo, em queda de 2,96 por cento.