A bolsa de valores paulista encerrou a terça-feira em forte baixa, num movimento de realização estimulado pelas acentuadas perdas nos Estados Unidos. O principal índice de ações do mercado brasileiro perdeu o nível dos 70 mil pontos.
O Ibovespa fechou com desvalorização de 2,61 por cento, aos 69.863 pontos. Na mínima do dia, o índice ficou em 69.628 pontos. O giro financeiro foi de 7,61 bilhões de reais.
Se na véspera a alta em Wall Street ajudou a conter as perdas no mercado doméstico, nesta sessão o clima negativo do exterior contagiou a bolsa paulista e estimulou mais realização de lucros.
"O quadro lá fora hoje já amanheceu ruim, principalmente nos Estados Unidos por conta de resultados de empresas. As commodities não estão ajudando e ainda tivemos novas medidas e intervenções", afirmou o economista-chefe da SulAmerica Investimentos, Newton Rosa.
Em Wall Street, os principais índices apontavam perdas agudas desde o início da sessão. O mercado norte-americano acordou desanimado pelos balanços da Apple e IBM, divulgados na noite de segunda-feira, que vieram aquém do estimado por investidores.
Ainda, o aumento inesperado do juro básico na China e o desempenho ruim de ações de bancos norte-americanos pressionaram mais as bolsas de valores nos EUA.
No Ibovespa, as mesmas blue chips que ajudaram a amenizar as perdas na segunda-feira, contribuíram para a baixa desta sessão. As preferenciais da Vale recuaram 2,08 por cento, para 48,08 reais, enquanto que as ordinárias perderam 2,39 por cento, para 53,20 reais.
As ações preferenciais da Petrobras tiveram queda de 4,24 por cento, para 25,28 reais, enquanto que as ordinárias encerraram em baixa de 3,66 por cento, a 27,65 reais. O preço do barril do petróleo em Nova York caiu mais de 4 por cento.
A ação da BM&FBovespa ficou pelo segundo dia seguido entre as maiores quedas da carteira teórica do Ibovespa, com desvalorização de 3,17 por cento, cotada a 14,05 reais.
Depois de encerrados os negócios na segunda-feira, quando o papel da BM&FBovespa tinha caído mais de 4 por cento, o governo anunciou aumento do IOF para recolhimento de margem em derivativos de 0,38 para 6 por cento, em medida para conter a valorização do real.
"A principal diferença entre a BM&FBovespa e seus pares globais é que ela é a única grande bolsa de valores que enfrenta riscos regulatórios. Medidas como o aumento no IOF e exigências de margens, anunciadas por Mantega, podem resultar em menos volumes de derivativos, e possivelmente em ações", afirmou o HSBC em relatório, no qual reduziu sua recomendação para a ação da BM&FBovespa de "overweight" para "neutro".