A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em forte alta nesta quarta-feira, acompanhando os mercados americanos, mas não recuperou integralmente as perdas do dia anterior, quando caiu 2,7% . O Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, subiu 2,11%, para os 52.735 pontos, com volume financeiro de R$ 3,838 bilhões. O dólar caiu 1,75%, para R$ 1,967. O risco-país recuou 12 pontos, para 195 pontos, segundo dados preliminares das 17h30.
A alta foi interpretada pelos analistas como uma reação dos mercados depois das fortes perdas da sessão anterior em um ambiente que ainda apresenta grande volatilidade. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones subiu 1,90% e o SP 500, 2,19%. O eletrônico Nasdaq teve alta de 2,50%.
Nesta quarta-feira, foram divulgados mais estragos causados pela crise iniciada no mecado de crédito imobiliário de alto risco (subprime) dos Estados Unidos, mas o mercado não foi afetado por estas notícias. O Fed (banco central americano) injetou ainda nesta quarta-feira mais US$ 5 bihões no sistema financeiro dos EUA e o Banco Central Europeu (BCE) mais 50 bilhões de euros .
Na avaliação de Alexandre Horstmann, diretor de gestão da Meta Asset, a queda registrada na terça-feira no mercado americano foi exagerada e, portanto, nesta quarta-feira a bolsa se recuperou das fortes perdas. Ele acrescenta que a divulgação da queda dos pedidos de hipotecas nos Estados Unidos nesta quarta , já era esperada pelos investidores e que o dado não prejudicou o desempenho das ações.
Em relação à Bovespa, o analista ressalta que ela está muito mais vinculada ao desempenho do mercado americano do que às notícias internas, como a inflação pelo IGP-M, divulgada nesta quarta-feira. O índice triplicou em agosto, acima das previsões de analistas , e é visto de forma negativa pelo mercado porque pode contribuir para uma interrupção nos cortes da taxa de juros pelo Banco Central.
O sócio-diretora da M2 Investimentos, Luiz Gustavo Medina, lembra que o investidor ainda está em dúvida sobre as perspectivas do mercado.
- Acho que isso é cautela, porque a gente teve uma semana caótica e depois uma semana inteira de alta. O investidor ficou na dúvida de para que lado tinha exagerado e essa semana tem muito indicador, ficou todo mundo com medo de montar posição - disse.
Na Bovespa, a blue chip Companhia Vale do Rio Doce puxou a alta do mercado brasileiro, com ganho de 4,14%, para R$ 79,15. Na terça-feira, o papel tinha recuado 4,28%.
Outro destaque de alta foi Companhia Siderúrgica Nacional, que avançou 3,4%, para R$ 106,50, depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em relação à Companhia Vale do Rio Doce, no caso de concentração do mercado de minério de ferro no Brasil. Pela decisão do Cade, a Vale terá que optar entre vender a mineradora Ferteco ou abrir mão do direito de preferência ao minério excedente de Casa de Pedra, mina da CSN.
Nos outros mercados globais, as bolsas européias fecharam em alta e as asiáticas em queda . O índice FTSE, de Londres, teve alta de 0,49%. O CAC, de Paris, subiu 0,84%. Em Frankfurt, a bolsa se recuperou no fim do pregão e fechou com valorização de 0,12%.