- Tesouro dos EUA anuncia programa para balanço do Fed
- Dólar salta 2,58% e volta ao nível de setembro de 2007
- Bovespa recua mais de 4% e dólar sobe ao maior nível em um ano
- Crise se agrava e bancos nos EUA correm para fechar acordos
- Especialistas confiam em estabilização das commodities após turbulências no mercado
- Lula diz que crise pode ser "quase imperceptível" para o Brasil
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) seguiu a tendência pessimista do mercado mundial e registrou queda de 6,74% no índice Ibovespa, principal referência para o mercado brasileiro, fechando aos 45.908 pontos. Foi a segunda maior queda do ano da bolsa, atrás apenas dos 7,59% registrados na segunda-feira (15). O dólar subiu 2,4% e fechou a R$ 1,868 - cotação de setembro do ano passado.
Na mínima do dia, por volta das 14h40, o indicador chegou a cair cerca de 6,85%. A forte volatilidade acentuou o volume financeiro, que atingiu R$ 7,4 bilhões. Com o resultado, a desvalorização acumulada em 2008 atingiu os 28,14%. No mês de setembro, a queda é de 17,55%. O mercado nacional voltou aos patamares que registrava em abril do ano passado.
O mergulho da Bovespa acompanhou a tendência das bolsas americanas, onde os operadores mantêm reservas sobre o anúncio do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de socorro para a seguradora AIG, a maior dos EUA. O Fed injetou US$ 85 bilhões na empresa.
Cenário nos EUA
A queda das bolsas dos EUA é puxada pelos dois últimos bancos de investimento norte-americanos independentes, Morgan Stanley e Goldman Sachs, cujas ações recuaram acentuadamente - o primeiro teve queda de 24,22% e o segundo recuou 13,92%. Entre as empresas em crise, a AIG caiu 45,87%, para US$ 3,75, e o Lehman Brothers, 56,67%, para apenas US$ 0,13.
Outra "bola da vez" são os Money Market Funds (MMF), veículos de investimento que visam curto prazo com baixo risco, depois que um deles teve que congelar os saques ontem. Também há preocupação com o Morgan Stanley, mesmo depois de o banco de investimento ter anunciado resultados acima do esperado na terça-feira.
Os investidores também analisaram o anúncio de que o banco britânico Barclays adquirirá alguns dos principais negócios de intermediação nos Estados Unidos do quebrado banco de investimentos Lehman Brothers, por cerca de US$ 1,7 bilhão.
Panorama internacional
O mercado europeu teve forte baixa no dia, seguindo o pessimismo geral das bolsas mundiais. Entre os principais mercados da União Européia, Londres caiu 2,25%, Franfkurt teve baixa de 1,75% e Paris recuou 2,14%. O resultado fez o mercado europeu voltar ao nível de maio do ano passado.
Nos Estados Unidos, o dia foi bastante negativo, com o principal índice, o Dow Jones, recuando mais de 4%, enquanto o indicador tecnológico Nasdaq caiu 4,94%. As ações de banco sofreram fortes quedas. O Lehman Brothers, que está em concordata, recuou 56%, e a ação da instituição agora vale só US$ 0,13.
As bolsas asiáticas encerraram o pregão sem uma reação comum às ações de salvamento do Fed. Enquanto as bolsas de Japão e Coréia do Sul mostram que estão em fase e recuperação diante da crise, bolsas de Xangai e Hong Kong seguem em turbulência e terminam o dia em baixa.
Na Rússia, as bolsas de Moscou interromperam as operações após forte queda de 6%. Foi o segundo dia seguido em que o chamado "circuit braker" foi acionado. Na véspera, a bolsa local chegou a cair 17%.