O Brasil vai defender na reunião do G20 que acontece em São Paulo neste final de semana maior participação de emergentes na governança do sistema financeiro global, informou nesta quarta-feira o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Galvão.
Ele evitou detalhar as propostas que serão apresentadas pelo Brasil, mas disse que parte delas irá "no sentido de que a revisão, que é cobrada, da governança do sistema econômico financeiro internacional passa necessariamente pelo aumento da participação dos países emergentes e em desenvolvimento nos processos decisórios no seio dessa governança em instituições como o FMI e o Banco Mundial".
O Brasil tem a presidência este ano do G20 para tratar de questões econômico-financeiras globais. O grupo reúne ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Européia, representada pela presidência rotativa do bloco e pelo Banco Central Europeu (BCE).
Galvão citou a mudança recente no sistema de cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI) como um primeiro passo na direção de deixar mais equilibrado o peso dos países nas tomadas de decisão.
"A reforma que houve no Fundo é o primeiro passo positivo de um processo que desejamos caminhe na direção de uma divisão mais equitativa de pesos no processo decisório dessas instituições, entre países desenvolvidos e países emergentes", afirmou.
Para o secretário, o fato de que os presidentes dos países do G20 se reunirão em Washigton na semana seguinte à reunião de São Paulo, por convocação do presidente norte-americano, George W. Bush, torna o evento no Brasil ainda mais relevante.
O primeiro dia de reuniões do grupo, no sábado, será dedicado à discussão das causas e dos impactos da crise financeira global e das medidas adotadas ao redor do mundo para lidar com suas consequências.
No domingo, tratarão mais da governança do sistema financeiro internacional e de formas de aperfeiçoar a atuação do G20.
De acordo com Galvão, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já defendeu que o G20 crie uma "sala de situação virtual" para poder se comunicar e se articular rapidamente em momentos de crise como a atual, por meio de teleconferência ou videoconferência.
Na sexta-feira, haverá a primeira reunião de ministros de Finanças do chamado BRIC --Brasil, Rússia, Índia e China. Em um segundo evento, se reunirão os ministros de Brasil, China, Índia, África do Sul e México.
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