Corretora Omar Camargo, em Curitiba: desastre de 2008 fez “limpeza” no mercado| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Dúvidas sobre a crise?

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Tira-dúvidas

Dependendo da sua carteira de investimentos, há mais ou menos motivos para preocupação.

É hora de sair da bolsa?

O mais recomendável é aguardar para recuperar o dinheiro quando a bolsa voltar a subir com constância. Para diluir o risco, procure deixar o investimento em pelo menos cinco ações. Quem não tiver sangue frio pode vender uma parte das ações, aplicar em renda fixa ou comprar depois os mesmos papéis por um preço menor, reduzindo o prejuízo.

Poupança, CDB e renda fixa serão afetados?

Não, devem continuar com taxas altas, atraindo cada vez mais investidores, devido ao aumento recente dos juros.

Tenho dinheiro aplicado em fundo de investimento. O que faço?

Em renda fixa, nada. Se tiver fundos multimercado e/ou com ações, sairá na baixa se resgatar agora. O ideal é manter os investimentos, que devem subir no longo prazo.

Fonte: Folhapress

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Nervoso, mas não desesperado. Esse é o perfil do investidor que tem procurado orientação de corretoras e analistas de investimentos nestes dias de tensão nas bolsas. Na opinião de profissionais da área, o aparente sangue frio da pessoa física em um mercado turbulento é sinal de que uma lição foi aprendida em 2008: não há ação imune à desvalorização, nem crise que dure para sempre.

"Os clientes têm ligado bastante, a segunda-feira teve um clima de comoção", descreve Eduardo Dias, analista de investimentos da corretora curitibana Omar Ca­­margo. Eles pedem dicas para atravessar os maus momentos com um mínimo de perdas. "Temos ex­­plicado que se trata de um momento de refluxo de preços, uma se­­quela, ainda, das perdas de 2008."

A crise de 2008 é a chave para entender por que o brasileiro tem se mantido em relativa calma nesse momento de incerteza. "Hoje há menos novatos no mercado", arrisca o consultor em investimentos Raphael Cordeiro. Se­­gundo ele, a redução de 2% no número de investidores pessoa física, ocorrida neste ano, é prova de que muita gente que não se sentia preparada para operar deixou a bolsa. Isso não é consequência das perdas das últimas duas semanas, mas de seis ou oito meses de negócios pouco lucrativos. "Ouvi casos até de profissionais do mercado, gente com experiência, que parou de operar neste ano", diz. O investidor que se manteve é, na maior parte das vezes, alguém que entende melhor o mercado, já passou por outros momentos ruins e não tem medo de quedas passageiras.

"Derivativo tóxico"

Além disso, o desastre de 2008 serviu para "limpar" alguns pontos problemáticos. Naquela época, algumas empresas brasileiras sofreram mais porque vinham fazendo operações financeiras arriscadas que resultaram em grande prejuízo quando o dólar subiu. Essas operações foram apelidadas de "derivativos tóxicos" e afetaram companhias como Aracruz e Sadia. Agora, passados três anos, nenhuma das duas existe mais: a Aracruz foi incorporada pela VCP para formar a Fibria e a Sadia uniu-se com a Perdigão na Brasil Foods. "Difícil que as empresas tenham cometido esse tipo de erro de novo", comenta Cordeiro. Ou seja: as empresas também estão mais saudáveis.

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Quem manteve a calma tem mais chances de sair bem quando tudo tiver passado. "Temos vários clientes que não pararam de comprar, inclusive na segunda-feira", diz Mário André Giovannoni, operador de renda variável da empresa de agentes autônomos de investimento Target Invest. "Só não dá para ter uma ideia de quando esse retorno deve vir. A gente ainda não sabe o tamanho da crise", observa.

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Interatividade

Que tipo de dúvida a nova crise econômica mundial traz para sua vida prática?

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