A Motion Sphere investe na produção de outras versões dos simuladores, que serão locados para eventos e promoções comerciais.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Para quem olha de fora, parece fácil. Mas é só entrar na esfera, sentar no banco, apertar o cinto e pisar o pé no acelerador para concluir que, em vez de um carro de corrida, a sensação é de pilotar em uma montanha russa. Desenvolvido ao longo de cinco anos e apresentado como um trabalho de conclusão de curso, o simulador de direção criado pelo engenheiro curitibano Jefferson Masutti transformou-se em uma oportunidade de negócio e começa a ganhar espaço em feiras e eventos.

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O visual do aparelho, em forma de globo, se distancia de outros equipamentos semelhantes. A ideia é simular as acelerações de um carro de corrida real e fazer o piloto sentir a força da gravidade nos movimentos do veículo – o que faz com que o banco gire para cima e para baixo e para os dois lados. Uma tela curva em que é projetada a pista preenche toda a frente do aparelho, aumentando a imersão.

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O sucesso do primeiro protótipo, apresentado em 2013 no fim da graduação em Engenharia da Computação na Universidade Positivo (UP), fez com que Masutti buscasse sócios para montar uma startup ano passado, batizada de Motion Sphere –entre os parceiros está o próprio professor orientador do engenheiro, Mauricio Perreto. Em julho, o desenvolvimento foi adiante, após os sócios conseguirem levantar um aporte de mais de R$ 1 milhão.

Os últimos ajustes do produto contaram com a ajuda de pilotos profissionais. Em agosto do ano passado, a startup levou o simulador até uma etapa da Stock Car e convidou os competidores para “pilotar” o aparelho e sugerir mudanças. Tudo para que a experiência fosse a mais próxima possível de acelerar fundo em uma pista de verdade. “A ideia é simular a mesma força que você sente quando está dirigindo em alta velocidade. Tudo foi posicionado para que o piloto realmente sinta a força da gravidade”, conta Perreto, professor de Engenharia da Computação na UP.

Negócio

Cada aparelho custa em média R$ 150 mil para ser fabricado. São usadas peças de carros, como o painel e o banco, além de pedais e volantes para videogames. O jogo de corrida usado na simulação é produzido por uma empresa de Maringá.

Segundo o sócio da empresa Fabio Farias, a ideia é chegar ao fim do ano com 10 equipamentos produzidos, em diferentes versões, incluindo a que simula a pilotagem de uma moto. A empresa loca os simuladores e faz parcerias comerciais para utilizá-los em feiras e exposições, principalmente do setor automotivo. Esta semana, por exemplo, um dos dois simuladores em operação estava em São Paulo –um terceiro está sendo finalizado e mais dois estão sendo produzidos. “Achávamos que em um ano começaríamos a ter alguma resposta do mercado, mas hoje já não temos produtos suficientes para atender a demanda”, comemora Farias.

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O visual do aparelho, em forma de globo, se distancia de outros equipamentos semelhantes.
O jogo de corrida usado na simulação é produzido por uma empresa de Maringá.
A ideia é simular as acelerações de um carro de corrida real e fazer o piloto sentir a força da gravidade nos movimentos do veículo.
Uma tela curva em que é projetada a pista preenche toda a frente do aparelho, aumentando a sensação de imersão.
Cada aparelho custa em média R$ 150 mil para ser fabricado. São usadas peças reais de carros, como o painel e o banco.
Mauricio Perreto junto do simulador: professor da Universidade Positivo que orientou o projeto acabou virando sócio da startup junto do aluno.