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Foi-se o tempo em que o cartão de crédito servia apenas para pagar por alguma coisa. Na disputa por clientes, as operadoras agregam cada vez mais serviços e facilidades ao produto. Hoje, quem tem um deles no bolso pode contar com diferentes seguros, milhas de viagem e até auxílio para agendar um passeio de gôndola em Veneza.

"O cartão começou como um meio alternativo de pagamento. Aí teve uma evolução natural do produto, uma necessidade de se diferenciar. Começou então a idéia de atrelar serviços como seguro, crédito, viagens", aponta Venâncio Castro, vice-presidente de produtos premium da Mastercard no Brasil.

Nessa disputa, vale até dar desconto em campos de golfe e oferecer champanhe ao cliente. "Estamos todos tentando fidelizar nossos clientes, através de uma proposta de serviços diferenciados. A gente entende que isso tudo que a gente oferece é um instrumento que fideliza nossos portadores", explica Percival Jatobá, diretor de produtos da Visa.

Cartão-clube

O executivo da Mastercard aponta que o cartão sempre teve um conceito implícito de "clube", do qual só pessoas selecionadas poderiam participar. Com a popularização do cartão, surgiu a necessidade de criar novas categorias, para preservar esse conceito.

"Foi aí que surgiu o primeiro cartão gold, que tinha como diferencial básico um limite de crédito maior, em que você prestigiava seus melhores clientes. Quando o gold começou a ser distribuído mais massivamente, criou-se o platinum. E assim vai, até chegar ao black, que é o superpremium", exemplifica ele.

No Brasil, cinco grupos de pessoas caracterizam o mercado de cartões de crédito, segundo a Mastercard. O primeiro é aquele que, por algum motivo, não usa o cartão. O segundo valoriza a linha de crédito – porque, tradicionalmente, gasta mais do que ganha. Já os membros do terceiro grupo valorizam a relação entre custo e benefício: precisam de um cartão que atenda suas necessidades, mas não estão dispostos a pagar muito por isso.

A maioria dos serviços diferenciados está voltada para os dois últimos grupos: o dos que valorizam o status proporcionado pelo plástico; e o das pessoas que buscam facilidades, mais voltadas para um estilo de vida afluente.

"Esse segmento AAA não tem necessidade de buscar alguém que os financie. Eles estão em busca de segurança, de reputação, de tranqüilidade. Então toda e qualquer proposta de valor é muito bem vinda", diz Jatobá, da Visa.

Seguros e viagens

Em benefício dessa tranqüilidade, serviços para viagens e seguros estão entre os serviços adicionais mais "populares". Mesmo os cartões internacionais mais simples oferecem, em sua maioria, seguros de saúde, de carro e de bagagem durante viagens para fora do país. Para os cartões top de linha, o valor coberto pelo seguro saúde pode chegar a US$ 30 mil.

Pequenos "mimos" também fazem parte do rol de serviços das operadoras: se tiver um cartão com cacife para isso, o cliente pode ter acesso às salas vip de aeroportos, receber um upgrade no hotel ou encontrar uma garrafa de champanhe sobre o travesseiro da suíte.

"A gente construiu todo um pacote de serviços orientado para a pessoa que viaja. São produtos para proporcionar experiências únicas dentro de um ciclo virtuoso de viagem e entretenimento", diz Jatobá.

Um pedaço de plástico no bolso pode até ajudar o cliente a sair da cadeia, em caso de detenção no exterior. Alguns cartões, como o Platinum da American Express, adiantam até US$ 5 mil para o pagamento de fiança e indicam advogados do Brasil.

Em casa e no carro

O chuveiro queimou, a pia entupiu e você não sabe a quem recorrer? Apele para o cartão de crédito. Pacotes premium oferecem serviço de encanador, eletricista e chaveiro. É possível contar até com um segurança em caso de situação de risco.

Quem tem um cartão top de linha também não precisa mais sujar as mãos de graxa: se o carro quebrar ou o pneu furar, um profissional resolve. "Nosso desafio é sempre estar embasado no que nós descobrimos no mercado, qual o próximo serviço a ser embalado no pacote", diz o executivo da Visa.

O 'top' dos cartões atuais é o serviço de concierge, oferecido por todas as grandes operadoras: profissionais preparados para resolver os problemas mais diversos dos clientes – de uma chave perdida à viagem de lua de mel. O concierge pode contratar tradutores, indicar arquitetos, comprar presentes, reservar hotéis e até ajudar em questões de etiqueta e regras sociais em lugares exóticos.

"Recentemente, um rapaz viajou para Veneza e contratou, através do concierge, os serviços de gôndola com um grupo de cantadores. Ele passou a lista de músicas brasileiras que queria que o grupo tocasse e pediu a mão da namorada em casamento", exemplifica Jatobá.

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