O governo da China anunciou neste domingo um pacote de US$ 586 bilhões (4 trilhões de iuans) para estimular a economia do país até 2010. O objetivo é fomentar a demanda doméstica, disse a agência oficial de notícias Xinhua. Os investimentos serão concentrados em infra-estrutura, bem-estar social e outros setores.
O pacote também inclui aumentos no financiamento a pequenas e médias empresas. A agência, no entanto, não informou como o gasto extra será financiado. O montante corresponde a quase um quinto do PIB chinês registrado no ano de 2007.
Com a desaceleração das principais economias do mundo, principalmente a americana, as exportações da China devem também se desacelerar. Com isso, o governo pretende manter o seu crescimento com investimentos no próprio mercado interno.
Segundo a Xinhua, a China investirá 100 bilhões de iuans em construção nacional neste trimestre e 20 bilhões de iuans no ano que vem para a reconstrução em áreas atingidas por desastres naturais.
O anúncio veio um dia depois das principais economias do mundo, incluindo a própria China, concordarem sobre a necessidade de adoção de medidas para estimular o crescimento e conter a ameaça de uma recessão global. Os países do G20 estão reunidos em São Paulo para reunião neste final de semana .
Decifre as cifras dos grupos econômicos mundiais
O presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan, afirmou no sábado que seu país, um dos poucos motores restantes da atividade global, ajudará a estabilizar os mercados mantendo sua expansão econômica, que deve ser de 8% a 9% em 2009. Alguns economistas, no entanto, previram que o crescimento chinês pode ficar abaixo de 8% no ano que vem.Anúncio vem um dia depois do G20 pedir estímulos de governos
O anúncio do pacote chinês veio um dia depois da reunião do G20 no Brasil pedir mais estímulos por parte dos países para não deixar a economia mundial entrar em recessão.
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, já havia afirmado no encontro que a China estava em posição "muito boa" para adotar uma forte expansão fiscal.
O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, afirmou que as discussões de sábado mostraram que o "G20 é o organismo certo para tentar administrar os problemas mundiais". Na abertura do encontro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu medidas de estímulo e afirmou que "ninguém está a salvo da crise".
Desde o começo da crise, o presidente Lula vem mudando gradativamente o tom a respeito da crise do sistema financeiro global e suas conseqüências no Brasil. A frase de maior impacto foi dita em 4 de outubro de 2008, quando Lula afirmou que a crise seria um tsunami para os Estados Unidos, mas chegaria aqui como uma marolinha.
Autoridades de bancos centrais e dos governos desenharam propostas para seus líderes levarem a uma cúpula emergencial sobre a crise financeira no próximo final de semana em Washington.
- Acho que existe um consenso sobre a necessidade de ações coordenadas e decisivas globalmente. É muito importante que os países que têm a capacidade de estimular suas economias façam isso - disse Wayne Swan, autoridade do Tesouro da Austrália.
Swan e outras autoridades disseram que as discussões também abordaram a necessidade de um maior afrouxamento da política monetária em alguns países, mesmo depois de cortes agressivos de juros em todo o mundo nas últimas semanas.
O Brasil pressionou para que os grandes países emergentes tenham maior voz nos assuntos globais, uma iniciativa apoiada pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Desidratação do pacote fiscal escancara fraqueza de Lula e Haddad no Congresso
O que o PT dizia sobre a alta do dólar durante o governo Bolsonaro
Podcast repercute a loucura do dólar e as responsabilidades do governo Lula
Ex-ministro de Lula confessa mentira sobre agricultura familiar: “inventamos esses números”
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast