A Previdência Social terminou 2013 com déficit de R$ 51,2 bilhões. O rombo foi coberto pelo Tesouro, isto é, pelo contribuinte. Mas sempre há como piorar. E vai, se o país não resolver a questão do financiamento do sistema, que distribui muitos benefícios para uma população que vive cada vez mais mas não arrecada o suficiente.
INFOGRÁFICO: Veja como esta a balança comercial
Paulo César Régis de Souza, vice-presidente da Anasps (a associação dos servidores da seguridade social), diz que a Previdência está ameaçada por cinco "bombas de efeito retardado" que, nas próximas décadas, podem arruiná-la de vez: o Simples, o microempreendedor individual (MEI), as trabalhadoras rurais, as empregadas domésticas e o fim do bônus demográfico. À exceção do bônus, as outras quatro bombas têm a ver com situações em que a contribuição do patrão ou do empregado (ou de ambos) é pequena demais perto do benefício que será pago no futuro.
A opinião de Souza é polêmica. Difícil imaginar o governo qualquer um mexendo nesse vespeiro. Elevar a contribuição dos optantes pelo Simples ou pelo MEI tiraria boa parte da sustentação desses programas, que contribuem para a formalização da economia. No caso das trabalhadoras rurais e domésticas, seria um incentivo e tanto à informalidade.
Há ainda o inegociável fim do bônus demográfico, ou seja, a queda na força de trabalho, que deve começar na próxima década. O regime de previdência brasileiro é de repartição simples (quem está contribuindo "paga" o benefício de quem se aposentou). E haverá menos trabalhadores para sustentar os aposentados.
Audi economiza
Vice-presidente global de compras da Audi, Bernd Martens contou à agência Automotive Business que a empresa alemã começou a desenvolver fornecedores para a linha que vai compartilhar com a Volkswagen no Paraná. E deixou escapar que a empresa vai investir R$ 440 milhões na fábrica R$ 64 milhões a menos que o valor anunciado no ano passado.
Testando
O Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar) foi autorizado pelo Inmetro a certificar a segurança de eletrodomésticos e similares. O trabalho inclui verificar se o produto oferece riscos de choque elétrico, superaquecimento e outros.
Bola de neve
A "solução" encontrada pelo governo Dilma para não elevar a tarifa de energia em ano eleitoral foi uma salada de dinheiro do Tesouro, aumento de impostos e empréstimos bancários. O que deu para entender foi o seguinte: o que o brasileiro não pagar como cliente de companhia elétrica pagará desde já como contribuinte.
As distribuidoras teriam direito, neste ano, a um reajuste de uns 8% por causa do uso de termelétricas em 2013. Mas o aumento foi adiado. A expectativa é que a conta das térmicas neste ano exija mais 15% de reajuste em 2015. Na soma dos dois porcentuais, o aumento represado passa de 24%.
Para o consumidor paranaense, há um extra. No ano passado a Copel tinha direito a um reajuste médio de 14,61%, mas aplicou somente 9,55% e "guardou" o restante para eventualmente repassar aos clientes no futuro.
Colaboraram Rafael Waltrick e Cristina Rios
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